Nenhuma das 223 prefeituras da Paraíba tem transparência total na
gestão pública. O dado é de um levantamento do Tribunal de Contas do
Estado (TCE), divulgado nesta sexta-feira (5), que averiguou o
cumprimento à Lei da Transparência (131/2009) e também à Lei de Acesso à
Informação. Em um ranking, com notas de zero a 10, a máxima é 7,31 e
foi atribuída ao município de Tenório, na região da Borborema. A
prefeitura da capital tem nota 6, ficando na oitava posição, e a de
Campina Grande teve 3,82.
O levantamento do TCE foi feito a
partir do exame de 223 processos decorrentes de inspeções especiais
realizadas na primeira quinzena de agosto passado. O órgão averiguou se
as prefeituras tinham sites e portais da transparência e as notas finais
foram dadas levando em consideração os critérios de: conteúdo; série
histórica e frequência de utilização; e usabilidade.
O ranking
divulgado mostra que 68 municípios obtiveram notas entre 4 e 5 e apenas
um, Tenório, conseguiu nota entre 7 e 8. Por outro lado, nove cidades
tiraram zero em transparência: Alcantil, Curral de Cima, Natuba, Pilões,
Princesa Isabel, Riachão do Bacamarte, Santo André, São José da Lagoa
Tapada e Serra Redonda.
O Tribunal observou que 10 prefeituras
não possuem site, 67 não apresentam Portal da Transparência Integral,
sendo 56 sem Portal de Transparência e 11 com Portais parciais. O número
equivale a um aumento de 55,81% em relação ao último levantamento, do
mês de maio.
O coordenador do Fórum Paraibano de Combate à
Corrupção (Focco) e ouvidor do TCE, conselheiro André Carlos Torres,
disse que os casos de desrespeito à Lei da Transparência e à do Acesso à
Informação terão repercussões negativas quando do exame das prestações
de contas anuais encaminhadas pelos prefeitos ao tribunal.
Além
disso, ele afirmou que os gestores também podem responder por isso aos
organismos que compõem o Focco. “Temos, aqui, o resultado de um trabalho
conjunto. Órgãos a exemplo do Ministério Púbico e da Controladoria
Geral da União tratarão de punir responsáveis por descasos e
desobediências. Cada um com suas atribuições. O Ministério Público já
tem instaurado inquéritos e chamado gestores para a assinatura de termos
de ajuste de conduta. Na área da CGU, os omissos podem ter dificuldade,
por exemplo, em contratar empréstimos e financiamentos com o Governo
Federal”, explicou.
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