sexta-feira, 25 de março de 2016

O torneio dos judas

ruy castro

 

RIO DE JANEIRO - Amanhã, Sábado de Aleluia, é dia de malhação do judas. É um rito secular, em que os católicos se vingam de Judas Iscariotes, o apóstolo que, segundo os autos, entregou Cristo aos romanos e o levou à crucificação. Judas é representado por um boneco recheado com trapos, jornais ou serragem, arrastado pelas ruas, pendurado num poste, xingado, cuspido, surrado pela multidão e, por fim, queimado. Mas não mais por ser traidor. O judas moderno tornou-se apenas alguém que as grandes massas estejam odiando. O ex-treinador Zagallo cansou de servir de judas.
Ouço dizer que, nas últimas décadas, a malhação do judas declinou no Brasil. Não por falta de judas a malhar, mas pela perda de fiéis entre os católicos. Além disso, o valor pelo qual Judas vendeu Cristo – 30 dinheiros, a moeda da época – ficou insignificante. Em seu tempo, daria para levar Maria Madalena para jantar à luz de velas no melhor restaurante de frente para o mar Morto. Hoje não pagaria nem um cafezinho na cadeia para Delcídio, Vaccari, Dirceu e outros guerreiros do povo brasileiro.
Mas tradição é tradição e vice-versa, e quero crer que a conjuntura tem oferecido motivos para que a malhação do judas volte amanhã ao seu esplendor. Candidatos ao boneco abundam nas duas correntes em litígio.
A julgar pelas passeatas antipetistas, em que somente Lula e Dilma são contemplados com pixulecos – os bonecos infláveis gigantes, agora também em versão portátil –, são eles os únicos com potencial para surras (os outros nomes do PT se volatizaram). Já os petistas, podendo escolher entre FHC, Aécio Neves e Geraldo Alckmin como suas "bêtes noires", certamente se concentrarão no juiz Sergio Moro.
As manifestações de rua têm sido comparadas por números. Talvez seja o caso de, neste sábado, se fazer também a contagem dos judas.

 

Ueba! Lula é o ministro Ioiô!

 JOSÉ SIMÃO

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
Pensamento do fim de semana: "Eu bebo pra esquecer, se fosse pra lembrar eu anotava". Rarará!
E por que esse espanto com esse monte de "cu" nas gravações? Normal! Brasileiro só fala em chifre e cu! Rarará!
Lula é ministro. Lula não é mais ministro. Lula é ministro. Lula não é mais ministro.
O Lula é o ministro Ioiô! Ioiô da Coca-Cola! Rarará!
Pra cima! Pra baixo! Pra cima e pra baixo eu vou! Próximo objetivo: eliminar as liminares!
A encrenca agora é o Gilmar Mendes! O buldogue enfezado!
A vida do Lula não está um Gilmar de rosas.
Status atual do Lula: o Gilmar não está pra peixe! Previsão do tempo: Gilmar revolto.
O Gilmar é uma mistura de buldogue com tucano! Rarará!
Telecatch: Buldogue X Jararaca! Rarará!
E o Ato dos Mortadelas? Gostei quando o cara anunciou o Lula: "A jararaca chegou!". Rarará!
E o discurso do Lula?
Carismático, mas deveria ser investigado por ocultação do plural! Rarará!
E a melhor placa do ato: "Menos 64! Mais 69!". Ou seja, menos ditadura e mais dita dura! Rarará!
E agora pra sair de casa você tem de consultar a escala de cores da pantone.
Camiseta vermelha: petista comunista. Camiseta verde, azul ou amarela: "gente de bem". Branco: isentão! Rarará!
E o Supremo vai ficar uma semana de folga na Páscoa.
Uma semana? Vão pegar piriri de tanto comer ovo! Rarará!
Vão trocar aquela capa do Batman por fantasia de coelhinho?
E diz que o Lula e a Justiça estão brincando de escravos de Jó: "Escravos de Jó/ jogavam caxangá/ tira, põe, deixa ficar". Rarará!
É mole? É mole, mas sobe!
Os Predestinados!
Servidor da Vara de Família de Planaltina: Ubirajara Pinto Souto Maior! Além de solto, é o maior! Rarará!
"Meu filho, você vai se chamar Ubirajara Pinto Souto Maior e vai entrar na Vara da Família". Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza!
Hoje só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

A maçã era propina!

JOSÉ SIMÃO


Odebrecht! Delata até Adão!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
E a Arena Corinthians que recebeu propina da Odebrecht! E o Itaquerão virou Propinão. Arena Lava Jato!
O Moro marcou pênalti contra o Corinthians. Pela primeira vez um juiz ferra o Corinthians!
Rarará!
E o vice-presidente do Timão foi preso por porte ilegal de armas. Por porte de flores é que não ia ser!
Rarará!
E a delação do Odebrecht é uma lista telefônica. A lista do TRE. Tem mais de 200 políticos! Rarará! Ele vai delatar até Adão e Eva. A maçã era propina!
Rarará!
Breaking news! "Piauí Herald": "Cai liminar e Lula volta a ser metalúrgico". Não pode ser ministro. Não pode ser deputado Não pode ser sindicalista. Volta a ser metalúrgico. Rarará!
Breaking news! Na Folha: "Com impasse sobre Lula, Dilma da Bahia assume Casa Civil". Nova ministra da Casa Civil! Ela se chama Eva Chiavon e o apelido é: DILMA DA BAHIA! Porque tem o pavio curto!
Chefe da Casa Pavio.
Vai ser pavio curto com pavio curto. Dilma X Dilma!
O Planalto vai explodir! Querem tirar uma Dima e agora estamos com duas Dilmas! Dobramos a meta!
Rarará!
E se chorar, vai ter três! Rarará!
E o chargista Duke revela que só existe uma coisa em que coxinhas e petistas concordam: "Não gostamos do botox da boca da Anitta".
Rarará!
Sobrou para a Anitta! Ficou com boca de bico de tênis Conga. Parecendo a Margarida do Pato Donald!
Rarará!
E essa: "Contabilidade da Odebrecht indica pagamento de propina desde os anos 1980". Descobriram a pólvora. "Odebrecht e Progresso". Rarará!
É mole? É mole, mas sobe!
Os Predestinados! Supervisor da empresa que fabrica radares de trânsito: Rômulo de Freitas MURTA! Olha o radar, MURTA! Mais um radar, MURTA!
Rarará!
A Indústria do Murta! Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza!
Hoje, só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

Odebrecht! Páscoa cancelada!

JOSÉ SIMÃO

BUEMBA! Buemba! Macaco Simão Urgente!
O esculhambador-geral da República! Bafo! Os codinomes da lista da Odebrecht são sensacionais.
Tem Lindinho, Avião, Viagra e Passivo! Isso é uma suruba, não é uma lista!
Rarará!
E o Renan é o Atleta. Então vão roubar a tocha olímpica! O Paes é o Nervosinho. Então vai descansar em Maricá!
Rarará!
E o Cunha é o Carangueijo! Rouba até andando pra trás!
Rarará!
E quem não tem apelido na lista da Odebrecht é pobre! Quero meu corrupto com apelido! Vou lançar a campanha "Quero meu corrupto com apelido!".
Rarará!
A lista da Odebrecht é maior que a lista da Fuvest!
Rarará!
E atenção! Sexta-feira Santa. Piada Pronta: "O estreante no papel de Jesus na encenação de Macatuba é o supervisor agrícola Osmar Aparecido que encarou o papel de Judas por 12 anos seguidos".
Ex-judas vira Jesus! E eu sou do tempo em que Jesus só aparecia de costas em filme mexicano em cinema do interior.
Ninguém via a cara de Cristo. Hoje tá tudo globalizado! Até a Suzana Vieira fez papel de Virgem Maria!
Rarará!
E Santa Ceia é aquele quadro que fica pendurado na sala de jantar da casa da avó! E foi todo mundo viajar. Não sobrou ninguém pra dar uma coelhada rápida.
"Procura-se um coelho para uma coelhada rápida".
Rarará!
E antigamente não podia dar risada na Sexta-Feira da Paixão. Se eu desse risada minha mãe me mandava calar a boca.
Não podia apresentar sinais externos de felicidade.
Eu blasfemo mas sou católico apostólico baiano. Acredito em tudo. Até na Dilma! No Cunha, no Renan e no Lula!
E sou ateu místico. Aquele que faz o sinal da cruz quando entra na igreja. Pra garantir. Sou devoto de Nosso Senhor do Bonfim! Mas a minha tia disse que não vale porque é santo baiano!
Rarará!
Nóis sofre mas nóis goza! Hoje só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

A Mensagem da Cruz

                      Cruz emblema de vergonha e dor. Nesta cruz padeceu. A vergonha da cruz quero sempre levar e sofrer

Procure ouvir com Jessé de origem evangélica este belo Hino da Harpa Cristã ou de Salmos e Hinos.

Com Jessé ele é intitulado Rude Cruz

Por que a Sexta-Feira Santa é conhecida como "da Paixão"? O que as autoridades judaicas e romanas fizeram com Jesus definitivamente não foi algo bom (veja Mateus capítulos 26-27). No entanto, os resultados da morte de Cristo são muito bons e demonstram a grande Paixão de Deus por nós! Romanos 5:8 diz: "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores." I Pedro 3:18 nos diz: "Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito."


Rude cruz se erigiu
Dela o dia fugiu
Como emblema de vergonha e dor
Mas contemplo esta cruz
Porque nela Jesus
Deu a vida por mim, pecador

Sim, eu amo a mensagem da cruz
Até morrer eu a vou proclamar
Levarei eu também minha cruz
Até por uma coroa trocar

Desde a glória dos céus
O Cordeiro de Deus
Ao Calvário humilhante baixou
Essa cruz tem pra mim
Atrativos sem fim
Porque nela Jesus me salvou

Nesta cruz padeceu
E por mim já morreu
Meu Jesus, para dar-me o perdão
E eu me alegro na cruz
Dela vem graça e luz
Para minha santificação

Eu aqui com Jesus
A vergonha da cruz
Quero sempre levar e sofrer
Cristo vem me buscar
E com Ele, no lar
Uma parte da glória hei de ter

domingo, 20 de março de 2016

UMA CASA LEONINA COM CERTEZA EM ANGELIM-PE

No centro da cidade pernambucana de Angelim na região do agreste, uma casa se destaca das demais.


A casa de Marcos, um dos maiores torcedores do Sport Club Recife




O escudo do Sport carrega três estrelas - duas douradas e uma prateada.


A primeira de cor amarela se refere ao título que os rubro-negros pernambucanos mais se orgulham. E que, em muitas listas de conquistas, carrega um asterisco: o Brasileiro de 1987. Para a torcida leonina, o vermelho e preto do dono da taça de campeão é do Recife, e não do Rio de Janeiro. Mas o torcedor não está nem aí para as polêmicas, afinal, o Leão da Ilha é reconhecido pela CBF como o legítimo vencedor da competição e se orgulha de ser o único time pernambucano a conseguir este feito.

Na série "Campeões do Brasil", o "Esporte Espetacular" mostra a história da conquista inédita recheada de imbróglios desde antes da competição começar. Houve mudança de regulamento, disputa por pênalti que não terminou e vitórias por W.O no quadrangular final sobre Flamengo e Internacional, que se recusaram a jogar por causa de um acordo entre as equipes do Clube dos 13. Alguns dos personagens da conquista falaram sobre a trajetória, entre eles o técnico Leão, o ex-meia Neco e o presidente, na época, Homero Lacerda (Assista no vídeo a reportagem).

- O Sport era o azarão da competição. Entrou como se fosse participar. É claro que diziam que o Bangu era o favorito, que o Guarani era o favorito e, se tivesse o cruzamento, o Sport não chegaria - lembrou Neco, volante daquela campanha e atualmente treina as divisões de base do Sport.
O cruzamento a que ele se refere é o pivô das discussões e da discórdia de rubro-negros cariocas e pernambucanos. Em 1987, a CBF desistiu de organizar o Campeonato Brasileiro e o Clube dos 13 - que reunia as principais agremiações do país - foi criado. Então, o torneio que tinha 16 equipes foi feito pelos clubes e chamado de Copa União. Depois, a CBF voltou atrás e propôs que mais times fossem incluídos e a copa passou a ser dividida em dois módulos (que seriam espécies de divisões, como ocorre hoje). Eis que surge o cruzamento.
Sport brasileiro 1987 (Foto: Gazeta Press) O Sport foi campeão brasileiro de 1987 e disputou a Libertadores do ano seguinte: Técnico- Leão (Até o nome deu certo com o time)
Com a Copa União já em andamento, uma nova regra foi proposta. O campeão e o vice de cada módulo deveriam se enfrentar em um quadrangular final. Mas, antes da disputa se concretizar, o Clube dos 13 anunciou que não reconhecia este cruzamento. O Flamengo, campeão do módulo verde e o Internacional, vice, decidiram não jogar contra Sport e Guarani, campeão e vice do módulo amarelo. Com isso, o Leão e o Alviverde de Campinas jogaram a final.

Neste jogo Marcos de Angelim, o grande torcedor leonino sofreu muito, a tensão foi grande, finalmente o Sport sagrou-se campeão brasileiro de 1987.

- Eu queria muito ter visto o Sport jogar contra o Flamengo. Era muito difícil ganhar do Sport. O Sport não perdia para ninguém por conta da raça e da determinação - disse Homero Lacerda, presidente do rubro-negro pernambucano na época.
Até hoje, o Flamengo é o campeão de 1987 para o Clube dos 13. O Sport, pela CBF. Além do título da Copa União, o Leão da Ilha do Retiro venceu a Série B de 1990 e a Copa do Brasil de 2008, duas Copas do Nordeste, além de 39 campeonatos estaduais. (Tudo ficou resolvido, a FIFA e a CBF JÁ DECIDIRAM, O SPORT É O GRANDE CAMPEÃO BRASILEIRO DE 1987).







Campainha da sua residência em cores do novo padrão de camisas do SPORT.
É um cara humilde, na sua vida profissional tem outras qualificações, porém para ele, bom mesmo é ser citado simplesmente torcedor do Sport.

Falamos de Marcos Antonio Oliveira Salgado, brasileiro, Angelinense, solteiro, que participa há mais de 110 partidas do Sport do Recife seu time de coração.

Investiu ao longo dos anos, na sua casa com dedicação, do térreo ao primeiro andar. Sua casa é conhecida como a "Toca do Leão". Ao se passar por ela no centro da cidade, não tem como não olhar.
Orgulhosamente mostra aos amigos 16 faixas de campeão autêntico, guarda ainda lembrança de jogos memoráveis tendo seis (06) pedaços das redes Sport Campeão e incluindo também as relíquias das de Campeão Brasileiro de 1987, num jogo dramático que quase não chega ao fim, com tantos pênaltis marcados e que quase ninguém perdia um.

Decorou toda sua casa com as cores RUBRO-NEGRAS do seu time de coração. SPORT !

Defende o Sport com unhas e dentes e este Editor ainda desconfia que pela sua nobreza não chega a ser fanático, daqueles que matam ou morrem . Nos seus arquivos, nas suas estantes, acreditamos que deve ter peças antigas, souvernir ou mesmo outros objetos que contam a história do LEÃO DA ILHA DO RETIRO.

É detalhista na decoração da sua residência. A casa toda, foi amplamente estudada aonde se colocaria as cores no muro, portão, frente, lateral, teto e detalhes do LEÃO DO NORTE. Tem paixão mesmo e não mede esforço algum quando o assunto é o Sport Club Recife.

Marcos tem muitas histórias para contar sobre o LEÃO DA ILHA. A cidade se confunde com a trajetória de vida deste torcedor que pode o seu time ganhar ou perder, continua amando o seu timão de futebol, valente e guerreiro.


Em Angelim visite a "Toca do Leão".



 
Sr. CARIRI - Presta homenagem ao grande desportista Marcos Salgado
Fotos:Edileuza Xavier



















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sexta-feira, 18 de março de 2016

Lula! Ministro da Casa Caiu!

 JOSÉ SIMÃO

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!

Grampos das minhas manhãs! Pensamento do dia do tuiteiro: "Mano, imagina como vai ser difícil a prova de história do Enem daqui 20 anos".
Nem o roteirista de "House of Cards"! Nem Gabriel García Márquez! House of Caos! House of Caralho! Rarará!
Gente, eu fui até a Onofre e quando voltei, o Brasil já tinha mudado. Uma amiga foi fazer o número dois e quando voltou pra sala, o Brasil já tinha mudado! É o slogan da Bandnews FM: em 20 minutos tudo pode mudar!
E a gravação? Vamos decodificar. Dilma garante que não é ela no trecho da gravação "vou mandar o Bessias". É o Datena! "Quero ibagens do Bessias".
Rarará!
E aquele trecho: "Tô te mandando aquele papel, só use em caso de necessidade", era um rolo de papel higiênico. Neve!
E acho que deve estar precisando mesmo!
Rarará!
E o tuiteiro João Luis Jr. revela a gravação. Dilma: "Alô!". Lula: "Alô!". Dilma: "Não diga alô, diga alô Cristina, você perdeu o prêmio!".
Rarará!
Breaking News! Sensacionalista revela a receita da Bela Gil: "Você pode substituir um habeas corpus por um termo de posse, por exemplo". "Casseta & Planeta" com a Dilma: "Esse grampo é falso, quem me conhece sabe que eu só uso laquê!
Rarará!
E o Lula agora é ministro da Casa Caiu! Está instalado no Brasil o ex-presidencialismo. Ops, o ex-ex-presidencialismo.
O Lula talvez seja o primeiro ex-ex-presidente. E esse seria o seu terceiro mandato. Três vezes. Presidente Tríplex!
E a vingança do Mantega seria o Lula gritando: "DIIIILMA, na minha sala, AGORA!". Em 20 minutos tudo mudou. Foi um jogo de xadrez: o Moro deu o xeque-mate, só aguardou o movimento da rainha!
Rarará!
É mole? É mole, mas sobe! Ufa! Enfim uma boa noticia: é mole, mas sobe.
Últimas Notícias! O ex-presidente Lula é ex-ministro do ex-Brasil! A situação tá ficando psicodélica!
Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje, só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

quarta-feira, 16 de março de 2016

Para assessor de Delcídio, Mercadante ofereceu ajuda a pedido de Dilma


 Marzagão disse ainda que gravou as conversas por iniciativa própria, sem aviso prévio a Delcídio, e que agiu para se preservar. "Enfiei o iPhone no bolso, liguei o gravador próprio do celular porque não sabia o que vinha pela frente"

O assessor do senador Delcídio do Amaral entende que Aloízio Mercadante o procurou a pedido da presidente Dilma Rousseff. José Eduardo Marzagão gravou conversas com o ministro da educação nos dias 1 e 9 de dezembro do ano passado.
As conversas divulgadas nesta terça-feira (15) pelo site da revista Veja dão conta de que Aloizio Mercadante desaconselhou a delação premiada por parte de Delcídio e prometeu ajudar de todas as formas o senador que estava preso.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, Marzagão foi perguntado se acha que Mercadante foi ao encontro dele a pedido de Dilma Rousseff. "Se você considerar que ele é desafeto do Delcídio desde a época da CPI dos Correios e que ele é o ministro de maior confiança da presidente da república, é a única conclusão que posso chegar", respondeu o assessor.
O assessor retrucou as explicações de Mercadante e disse que o ministro selecionou apenas os trechos que lhe interessavam da conversa. Na opinião de Marzogato os "motivos bastante objetivos" do diálogo estava definido desde o começo do encontro: tentar fazer Delcídio desistir da delação.
Marzagão disse ainda que gravou as conversas por iniciativa própria, sem aviso prévio a Delcídio, e que agiu para se preservar. "Enfiei o iPhone no bolso, liguei o gravador próprio do celular porque não sabia o que vinha pela frente", disse. 
Sobre o fato de Mercadante ter oferecido ajuda a esposa e as filhas de Delcídio, o assessor diz que a oferta foi feita para tentar "justificar o injustificável". Marzagão disse ainda que o ministro da Educação de Dilma ofereceu ajuda para ele também.
Marzagão também considerou que Mercadante fez ameaças veladas na conversa.  "Na medida em que ele falou que se o Delcídio fizesse a colaboração poderia ficar numa situação muito ruim, eu não posso entender de outra maneira", afirma.
José Eduardo Marzagão afirma não se arrepender de nada que fez. "Estava na hora de alguma coisa acontecer e graças a Deus aconteceu. Ninguém programou nada disso, mas aconteceu. E eu não iria me furtar ou esconder", disse.
O assessor mais próximo do senador e delator garante que ele compartilha da mesma opinião: "chegou a hora de alguma coisa acontecer para as coisas melhorarem para todo mundo, para o País inteiro. E a hora é essa".

Avalanche

OPINIÃO
EDITORIAL
FOLHA SP



Cambaleando como iniciante na corda bamba, o governo Dilma Rousseff (PT) ainda tentava se reequilibrar depois do chacoalhão representado pelas manifestações de domingo (13) quando se viu atingido por dois novos golpes nesta terça-feira (15).
Como revelou a revista "Veja", o senador Delcídio do Amaral (MS) –que pediu desfiliação do PT– entregou à Procuradoria-Geral da República gravações de conversas comprometedoras travadas entre um de seus assessores e Aloizio Mercadante, ministro da Educação.
Mercadante, um dos ministros mais próximos de Dilma, encontrou-se mais de uma vez com José Eduardo Marzagão em dezembro, quando Delcídio estava preso. Nos encontros, mostrou-se preocupado com a situação do senador e, naturalmente, com a possibilidade de ele fechar acordo de delação premiada com os investigadores.
A ideia, nas palavras de Mercadante, era que Delcídio não fosse um agente que desestabilizasse tudo. A fim de evitar tal cenário, ofereceu ajuda financeira, jurídica e política, incluindo eventuais tratativas com Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, e Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal.
Delcídio não parece ter dúvidas sobre a atitude do ministro da Educação: "Agiu como emissário da presidente da República e, portanto, do governo". Dilma e Mercadante negam; teria sido uma iniciativa pessoal, movida por sentimentos de solidariedade.
Já não seria pouco, para um governo esfacelado como este, precisar se defender da acusação de ter tentado comprar o silêncio do senador; mas não era tudo.
A tão falada delação premiada de Delcídio enfim foi homologada pelo STF. Seu conteúdo, agora livre do sigilo judicial, aumenta de forma considerável o volume já impressionante de provas e indícios colhidos pela Operação Lava Jato.
Vale lembrar que, na esfera jurídica, essa forma de colaboração serve antes como ponto de partida do que de chegada. As palavras do delator auxiliam os investigadores, mas elas não tornam desnecessária a apresentação de provas sólidas de tudo o que foi dito.
As menções incriminadoras que Delcídio fez aos petistas Dilma e Lula, aos peemedebistas Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha e ao tucano Aécio Neves, entre tantos nomes, ainda precisam passar por um processo de depuração no Judiciário.
No campo político, porém, as acusações circulam em outro ritmo e com pouco respeito ao princípio da isonomia. Descartando o que houver de incômodo na delação de Delcídio, a oposição não hesitará em selecionar os melhores trechos para reforçar o pedido de impeachment –do qual a presidente Dilma parece ter cada vez menos condições de se defender.

Não fui

Marcelo Coelho

A memória prega muitas peças na gente. Lembro com exatidão, contudo, que fui dos últimos na Folha a defender a saída de Fernando Collor. Não tinha votado nele em 1989; escolhera Lula, como sempre fazia.
Verdade que (disso também não me esqueço) torcia moderadamente para que ele perdesse: o PT daqueles tempos era radical demais. Tratava-se, na minha opinião, de criar um partido de esquerda consistente, sem pensar numa imediata tomada do poder.
No fundo, eu votava (e voto ainda) mais por uma questão de identidade pessoal do que na atitude de quem imaginariamente nomeia, sozinho, o futuro presidente do país.
Instalado o governo Collor, foi o que se viu. Com alguma "raiva democrática", eu batia o pé até o fim. "Não elegeram o sujeito? Agora que aguentem até o fim."
Nunca tínhamos passado por um impeachment, e a alternativa parecia até mais traumática do que hoje. Mal tínhamos saído da ditadura. Democracia é isso mesmo, eu argumentava. Nem bem começamos e já queremos virar o jogo?
Disso tudo eu recordo com clareza. Mas tinha também a impressão (e aí começam as traições da memória) que, na época de Collor, não havia praticamente ninguém contra o impeachment. A rejeição a Collor, na minha cabeça, era universal em 1992 —e hoje, com certeza, o país está mais dividido no assunto PT.
Os dados das pesquisas não confirmam, entretanto, essa lembrança. Em 30 de agosto de 1992, um mês antes do impeachment, a Folha noticiava que 71% (e não 99%, como eu pensava) eram favoráveis à renúncia de Collor.
O levantamento se limitava à cidade de São Paulo, sendo de imaginar que em cidades menores e lugares mais distantes o ímpeto oposicionista fosse ainda menor.
Ou seja, havia uma enorme maioria contra o presidente, mas não era tão esmagadora quanto eu pensava. Poderíamos dizer que o país "estava dividido" naquela época? Não parecia.
Agora, parece mais. Collor foi apenas um fenômeno eleitoral, e os setores fiéis a Lula e ao PT, embora muito diminuídos, continuam articulados e ruidosos.
Formulo duas ou três questões. Esses setores vão engolir um impeachment? Ou uma renúncia? Qual sua capacidade de minar um eventual governo "de consenso" com Temer, PSDB, PPS e todo o resto? Talvez pequena -nisso se baseia o otimismo dos que veem na renúncia a solução mais indicada.
Outro problema será a continuidade da Lava Jato. Poucos integrantes de uma coalizão pós-Dilma estariam a salvo de novas investigações. A incerteza no ambiente econômico, embora mitigada por um possível pacote de medidas, não desaparece.
É certo, por outro lado, que Dilma e o PT teriam de fazer milagres para continuar até o fim do mandato. A ladeira desce vertiginosamente. Continuam achando que as manifestações são só coisa de riquinhos e tucanos.
A proporção de pessoas com curso superior (77%) e com mais de 20 salários mínimos de renda (13%) é expressiva entre os manifestantes na Paulista -contra 28% e 3%, respectivamente, desses grupos no total da população do município.
Mas a impopularidade de Dilma e o apoio à sua renúncia são majoritários em toda a população. Dizer que os protestos de domingo passado foram "produzidos" e "segmentados", como fez o ministro Jaques Wagner na segunda (15), poderia quem sabe valer também para os comícios das Diretas Já ou contra Collor.
Volto sempre ao passado. Imagino que atitude eu teria se fosse jornalista em fevereiro de 1964. O governo Goulart estava em crise terminal. Os riscos de conflito civil eram maiores do que hoje.
Eu viveria décadas de vergonha e arrependimento se tivesse apoiado o golpe. Havia dois lados, cada qual com defeitos enormes, mas não gostaria de ter ficado com os militares.
Há dois lados hoje —mas felizmente não há militares. Talvez eu esteja apenas comparando coisas que no fundo são diferentes.
Detesto a ideia do "tapetão". Gostei quando militantes vaiaram Aécio na Paulista: não se trata de ganhar na rua o que se perdeu no voto.
Por que vaiaram? Pode ser que gostem de Sérgio Moro, o que acho bom. Pode ser que gostem de Bolsonaro, o que acho assustador. A manifestação de domingo foi grande demais para ser tomada em bloco —havia muita coisa ali dentro.
Quanto a mim, fico de fora. Observo de longe. Há lugares piores para ficar.