quarta-feira, 16 de março de 2016

Para assessor de Delcídio, Mercadante ofereceu ajuda a pedido de Dilma


 Marzagão disse ainda que gravou as conversas por iniciativa própria, sem aviso prévio a Delcídio, e que agiu para se preservar. "Enfiei o iPhone no bolso, liguei o gravador próprio do celular porque não sabia o que vinha pela frente"

O assessor do senador Delcídio do Amaral entende que Aloízio Mercadante o procurou a pedido da presidente Dilma Rousseff. José Eduardo Marzagão gravou conversas com o ministro da educação nos dias 1 e 9 de dezembro do ano passado.
As conversas divulgadas nesta terça-feira (15) pelo site da revista Veja dão conta de que Aloizio Mercadante desaconselhou a delação premiada por parte de Delcídio e prometeu ajudar de todas as formas o senador que estava preso.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, Marzagão foi perguntado se acha que Mercadante foi ao encontro dele a pedido de Dilma Rousseff. "Se você considerar que ele é desafeto do Delcídio desde a época da CPI dos Correios e que ele é o ministro de maior confiança da presidente da república, é a única conclusão que posso chegar", respondeu o assessor.
O assessor retrucou as explicações de Mercadante e disse que o ministro selecionou apenas os trechos que lhe interessavam da conversa. Na opinião de Marzogato os "motivos bastante objetivos" do diálogo estava definido desde o começo do encontro: tentar fazer Delcídio desistir da delação.
Marzagão disse ainda que gravou as conversas por iniciativa própria, sem aviso prévio a Delcídio, e que agiu para se preservar. "Enfiei o iPhone no bolso, liguei o gravador próprio do celular porque não sabia o que vinha pela frente", disse. 
Sobre o fato de Mercadante ter oferecido ajuda a esposa e as filhas de Delcídio, o assessor diz que a oferta foi feita para tentar "justificar o injustificável". Marzagão disse ainda que o ministro da Educação de Dilma ofereceu ajuda para ele também.
Marzagão também considerou que Mercadante fez ameaças veladas na conversa.  "Na medida em que ele falou que se o Delcídio fizesse a colaboração poderia ficar numa situação muito ruim, eu não posso entender de outra maneira", afirma.
José Eduardo Marzagão afirma não se arrepender de nada que fez. "Estava na hora de alguma coisa acontecer e graças a Deus aconteceu. Ninguém programou nada disso, mas aconteceu. E eu não iria me furtar ou esconder", disse.
O assessor mais próximo do senador e delator garante que ele compartilha da mesma opinião: "chegou a hora de alguma coisa acontecer para as coisas melhorarem para todo mundo, para o País inteiro. E a hora é essa".

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