segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Sertanejos se despedem de Osvaldo Coelho

Com muitos aplausos, o caixão foi coberto com as bandeiras de Petrolina e de Pernambuco. O ex-deputado Osvaldo Coelho morreu na noite de ontem em sua casa no Recife, após um ataque cardíaco. Ele tinha 84 anos de idade e mais de 40 anos dedicados à política em prol do sertanejo.

    Do G-1 em Petrolina

O velório do ex-deputado Osvaldo Coelho, que iniciou por volta das 9h desta segunda-feira (2) na biblioteca do Campus Petrolina da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), reuniu pessoas simples, admiradores e autoridades políticas. Cada um tinha uma história para contar do homem que viu na educação e na irrigação um caminho de melhorar a vida do homem sertanejo.


João Passarinho foi visto com a esposa do Sítio Castanheira, na Zona Rural. Ele chegou ainda pela manhã ao velório de Osvaldo Coelho e disse que fez a pequena viagem apenas para se despedir do político. “Petrolina perdeu com esta partida. Eu vim só me despedir. Osvaldo Coelho era uma pessoa que eu respeitava como se fosse meu pai”, disse o agricultor.


O agricultor Leonel Alencar destacou que o ex-deputado era o homem mais sertanejo que já conheceu.  “Ele sempre que conversava com a gente perguntava pelo açude, pelo bode, pela vaca e pela chuva. Não tinha outro assunto com a gente. Ele era o mais sertanejo dos sertanejos”, lembrou.


O gerente-executivo do Distrito de Irrigação Nilo Coelho (DINC), Paulo Sales, destacou que Osvaldo foi um dos idealizadores e executores da irrigação no Vale do São Francisco. “Osvaldo tem uma importância muito grande para tudo aquilo que representa a agricultura irrigada porque foi um dos grandes idealizadores, junto a Nilo Coelho. Nos anos que esteve à frente como parlamentar buscou voltar o foco para o desenvolvimento da região do Submédio São Francisco”, enfatizou.


O prefeito de Petrolina, Julio Lóssio, que decretou luto oficial de três dias, estava bastante abalado. “Aos poucos, vamos nos transformando nos sonhos dele”, disse. Para Lóssio, Osvaldo Coelho deixa o legado muito importante para a região. “Ele dizia sempre que não pode haver canseira e esta é a grande mensagem que digo sempre aos meus seguidores. Dr. Osvaldo deixa um legado que eu diria que vai-se o homem e fica o mito, porque ele era uma pessoa diferenciada no gosto pelo semiárido e pelo combate à seca”, comentou
 Além de ser um dos nomes destaques para a irrigação, Osvaldo Coelho também investiu na educação como uma forma de transformar a realidade do sertanejo. Tarcísio Meneses atualmente é médico, sendo formado na Univasf. 

Ele lembra que a vinda da Universidade, uma das grandes lutas do ex-deputado, foi um sonho que parecia distante. “Quando a faculdade veio para cá foi um alívio e a perspectiva de um sonho meu e dos meus pais. A visão e a ousadia que ele teve em trazer a universidade para cá, a gente não vê isso aqui”, disse.


O reitor da Univasf, Julianeli Tolentino, acredita que Osvaldo Coelho foi o diferencial de político que deverá servir como exemplo para quem pretende ingressar na carreira. “Foi um exemplo de político honesto e eficiente. Ele nos deixa um legado importante para que a região continue sendo um diferencial com qualidade de vida. Ainda não encontramos políticos com esta envergadura, mas tenho certeza que servirá de exemplo para as pessoas, especialmente para quem pretende ingressar na política, que tenham este exemplo de ética, retidão e eficiência”, ressaltou.

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