Seis apostas acertaram a sena da Mega da Virada e devem dividir o prêmio de R$ 246,5 milhões, segundo a Caixa Econômica Federal.
O sorteio aconteceu na noite desta quinta-feira (31). Os números sorteados foram: 02 - 18 - 31 - 42 - 51 - 56.
Dois dos ganhadores são da cidade de Vitória, no Espírito Santo. Os
outros são de Guaçuí e Vila Velha, também do Espírito Santo, de
Cerquilho, em São Paulo, e de Água Branca, em Alagoas.
Cada aposta receberá um prêmio de R$ 41.088.919,05. Uma das apostas
vencedoras foi de um bolão de 15 cotas, e cada participante deverá
receber R$ 2.739.261,27.
Outros 827 apostadores vão levar R$ 43.913,49 cada um por acertar a
quina -cinco números. Os 62.767 que acertaram quatro números receberão
R$ 826,55 cada.
Este ano, o prêmio, que estava sendo estimado em R$ 280 milhões, ficou
abaixo do esperado. O valor apurado foi de R$ 246.533.514,19, segundo a
Caixa.
Em diversos estados do país, grupos discutem, avaliam e até planejam o
futuro de um país que não existe. São pessoas que dividem culturas e
geografias em comum e não se reconhecem como brasileiros. Alguns, como
os que defendem a independência de Pernambuco, ainda estudam as
vantagens e desvantagens de tornar-se uma região autônoma. Outros, como
os dos estados do Sul, planejam um plebiscito que reconheça a vontade da
maioria da população em separar-se do resto Brasil. Apesar das
motivações distintas, os grupos têm um mesmo fim: fazer parte de um país
que tenha a sua cara.
Pernambuco acima de tudo
O grupo que discute um Pernambuco independente do resto do Brasil nas
redes sociais surgiu de um morador da cidade de Newark, nos Estados
Unidos, a seis mil quilômetros de distância do Recife. O professor de
artes marciais Jonas Correia começou a pensar em separatismo ao perceber
uma diferença cultural entre os pernambucanos e os brasileiros de
outros estados. “Há muitos imigrantes aqui e nós não nos parecemos com
eles. A culinária, os hábitos, o modo de encarar o dia a dia, a forma de
falar e até a personalidade é diferente. Fui me afastando da definição
de ‘povo brasileiro’ principalmente porque não gostava que pensassem que
eu fazia de um povo com o qual não me identifico”, explica.
Jonas criou o grupo Pernambuco Independente, que conta com a adesão
de 1,3 mil pessoas e passou a avaliar o cenário de uma eventual
autonomia do estado. Com encontros virtuais, os membros concluíram que
os fatores geográficos e políticos são os grandes propiciadores da
corrupção. “Os poderes estão distante de nós, com pessoas que não
representam nossos interesses e legislam em função de algo que também
está longe. Com o poder central próximo, podemos cobrar e fiscalizar com
mais facilidade”, opina Correia. “As leis seriam criadas por pessoas
que conhecem Pernambuco e suas necessidades.” Para o Pernambuco Independente, a transição de um governo para outro
seria um processo longo, mas não há uma fórmula a seguir. Ações
concretas não foram debatidas, como também pela maioria dos movimentos
que buscam a autonomia de seus estados.
Uma ação concreta, de acordo com o professor de Direito
Constitucional da Aeso Barros Melo João Paulo Allain, seria
juridicamente inviável. “A constituição apresenta o direito fundamental à
liberdade de expressão e não há ilegalidade em discutir o assunto. Mas
essa mesma constituição contém uma cláusula pétrea que diz que a União é
indissolúvel”, lembra o professor. “O governo federal pode inclusive
intervir contra um estado que esteja adiantado na busca por autonomia e
diminuir os poderes dele até que seja retomado o pacto entre
federativo.”
Uma nação nordestina
Pernambuco está inserido ainda em outra proposta de autonomia em
relação ao Brasil. Em 1991, alunos do mestrado de economia da UFPE,
liderados por Jacques Ribemboim, deram início a discussões sobre os prós
e os contras de um país Nordeste autônomo com o Grupo de Estudos Sobre
um Nordeste Independente (Gesni). Ao contrário do movimento Pernambuco
Independente, os acadêmicos passaram a pensar no assunto a partir de uma
motivação econômica. Eles entendiam que a região é historicamente
explorada por outras, em especial, o Sudeste.
“Nós exportamos nossa matéria-prima a preços comprimidos, abaixo do
mercado internacional. Ao importar o produto compulsoriamente das
manufaturas sudestinas, compramos a preços protegidos, mais altos que o
do mercado internacional. Na prática, estou dizendo que trabalhamos mais
para consumir menos”, analisa o professor de Economia da UFRPE Jacques
Ribemboim. “Como consequência dos estudos do Gesni, que durou apenas um
ano, formalizei na teoria do ‘neocolonialismo’ aquilo que já sentíamos
na época. A ideia é de um governo central explorando as colônias, mas
internamente, de forma não oficial.” Ribemboim faz questão de deixar claro que não acredita que o Sudeste é
responsável pelas mazelas do Nordeste. “Os problemas existem por causa
de uma elite incapaz de se engajar nas mudanças sociais.” Além da
motivação político-econômica, o grupo estudou também outros motivos para
a autonomia da região.
A cultura nordestina, por exemplo, é vista como própria e facilmente
identificável. “O nordestino se sente um estrangeiro quando viaja para
outras regiões. E o pior é que nos sentimos inferiores pelo preconceito
que sofremos e pela maneira de como nos tratam.” O economista não tem intenção de desenhar mapas e bandeiras ou pensar
em hinos para um novo país, mas acredita que os estados da Bahia e do
Maranhão não deveriam fazer parte do país Nordeste, caso ele viesse a
existir. “Há poderes muito fortes nesses locais, que poderiam reproduzir
com força a ideia do neocolonialismo no novo país. Essa estrutura
talvez seja impossível de acabar, mas sem poderes concentrados – como os
que há nesses dois estados -, as consequências, sem dúvidas, seriam
menores.”
Na prática, um Nordeste Independente está muito distante de existir,
mesmo para os seus simpatizantes. Ainda também não aparecem em grande
quantidade. No Facebook, comunidades que desejam a separação do Nordeste
(com Bahia e Maranhão) têm 2,5 mil e 2,8 mil participantes.
De acordo com o presidente do Gesni, é preciso amadurecer a ideia e
analisar com cautela a forma de levá-la adiante, para não ferir a
constituição. Em 2002, ele publicou o livro Nordeste Independente pela
editora Bagaço, que vendeu, de acordo com o próprio autor, mais no Sul e
Sudeste do país que no Nordeste.
O Sul é o meu país
Entre todos os movimentos que visam a separação de um estado ou
região brasileira, O Sul é o meu País é o que está mais avançado. Os
membros se enxergam como parte de um movimento de conscientização
plebiscitária. Eles garantem que haverá um plebiscito no fim de 2016 e
que, de acordo com pesquisas que realizaram com mais de 16 mil pessoas,
seguindo critérios da Associação Brasileira de Pesquisa, 75% da
população do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná é a favor
da separação. Nas redes, o desejo também é refletido. Há várias páginas com o
título, por segurança – caso uma ou outra seja tirada do ar -, e a maior
tem mais de 100 mil pessoas. Filiados “formalmente” ao movimento são 30
mil. Ao contrário dos movimentos do Nordeste, o Sul é o meu País tem um
planejamento detalhado de como será a nova nação. “Prevemos três
grandes choques com a mudança do nosso sistema para um modelo
municipalista baseado no que acontece na Suíça”, explica um dos líderes,
o jornalista Celso Deucher.
A ideia dos membros é que o grande número de vereadores seja um
obstáculo para a corrupção. “Comprar 500 vereadores é muito improvável. E
não legislar por dinheiro é outro fator ao nosso favor”, avalia
Deucher. As motivações dos sulistas também diferem das dos nordestinos.
Culturalmente, se veem como um povo único, descendente principalmente de
europeus e guaranis. De acordo com o Grupo de Estudo Sul Livre (Gesul),
um dos braços do Sul é o Meu País, há 130 culturas de várias etnias e
idiomas que se identificam como o povo da região. “Economicamente,
também há razões importante como o fato de apenas 20% dos nossos
impostos retornarem para nós. Os outros 80% ficam com o governo federal,
que investe a verba em outras áreas.”
Choque político
O poder se concentra nos municípios. O estados são apenas referências
geográficas, não existirão politicamente. O poder central tem poucas
atribuições e reúne-se poucas vezes ao ano.
Choque tributário
Choque administrativo
Vários “países” em um Brasil
A “nação da garoa”
“Não queremos perder nossos recursos para a federação, que retorna
apenas 6% em investimento do que pagamos em impostos. Outro ponto
importante é que as leis serão totalmente ligadas à necessidade local.
Hoje, se um estado inteiro quiser a legalização da maconha ou a pena,
ele tem que viver sob as leis que representantes de outros lugares
criaram.” – Luiz Giaconi, Movimento São Paulo Independente (28 mil pessoas).
Um santo país
“Não temos nenhuma semelhança étnica ou cultural com o resto do país.
O capixaba das montanhas, por exemplo, se comunica em italiano. Por
outro lado, somos mal administrados e representados. Os senadores sequer
conhecem os outros estados. Hoje temos condições de nos sustentar
porque não somos mais o primo pobre do sudeste como há 20 anos.” –
Gleidson Lima, Movimento Espírito Santo é o meu País (2,3 mil pessoas).
Procurado pela polícia e hospedado de favor
na casa de fãs, o compositor de clássicos como “Divina comédia humana”
protagoniza uma história de amor e decadência
MARCELO BORTOLOTI
Capítulo 1
“No trevo, a 100 por hora”
Edna Prometheu é o pseudônimo da produtora cultural Edna Assunção de
Araújo, de 46 anos. Morena, de cabelos encaracolados e baixa estatura,
não é uma mulher de beleza estonteante. Militante de organizações de
extrema-esquerda, é definida por seus amigos como “idealista utópica”.
No começo de 2005, ela estava em São Paulo, no ateliê do artista
plástico cearense Aldemir Martins, já morto, quando entrou pela porta o
músico Belchior. O cantor de “Paralelas” também pinta quadros e
frequenta o ambiente artístico. Edna queria organizar uma exposição de
Aldemir no Ceará. Belchior disse que tinha amigos por lá, poderia
ajudar. Trocaram telefones.
Os dois acabaram organizando juntos a exposição em Fortaleza, naquele
mesmo ano. Na volta, Edna ligou para um amigo e contou a novidade:
“Estamos namorando”. A partir daí, a vida plácida de Belchior derrapou
no trevo a 100 por hora, como diz a letra de “Paralelas”. Para ficar com
Edna, ele abandonou a então mulher, Ângela, com quem estava casado
havia 35 anos, mãe de dois dos quatro filhos que tem. Afastou-se dos
amigos e foi gradativamente deixando de fazer shows, até sumir sem dar
explicações, em 2009. “Essa figura nefasta está fazendo uma lavagem
cerebral nele”, afirma Jackson Martins, ex-empresário de Belchior.
“Depois dela, sua vida só andou para trás”, diz o artista plástico
cearense Tota, amigo de Belchior.
O desaparecimento de Belchior, há cinco anos, surpreendeu a todos,
família e amigos. Ninguém poderia esperar tal atitude. Ele deixou para
trás a agenda de shows e todo o patrimônio, incluindo roupas,
documentos, quadros, automóveis e apartamento. O sumiço transformou
Belchior em figura cult. A pergunta “onde está Belchior?” ecoou na
internet e teve até repercussão internacional. Surgiram blogs sobre o
tema. Campanhas nas redes sociais pediram a volta do músico. E
apareceram montagens cômicas – “memes” – em que Belchior aparece em
locais inusitados como a ilha do seriado Lost. Suas músicas no YouTube, que antes tinham 5 mil acessos diários, hoje batem 500 mil.
O sucesso no mundo virtual não trouxe nenhum benefício para o Belchior
de carne e osso. Aos 67 anos, ele vive escondido com Edna em Porto
Alegre. Não pode sair em público, pois é procurado pela polícia. Pesam
contra Belchior dois mandados de prisão pelo não pagamento de pensões
alimentícias. Uma devida à ex-mulher Ângela, com quem tem dois filhos já
maiores de idade, e outra à mãe de uma filha de 19 anos que teve fora
do casamento. Além das pensões, Belchior abandonou todos os demais
compromissos e é cobrado na Justiça em processos que correm à revelia. O
ex-secretário particular de Belchior, Célio Silva, ganhou um processo
trabalhista contra ele no valor de R$ 1 milhão. Não há mais como
recorrer. As contas de Belchior estão bloqueadas, e os imóveis que tinha
comprometidos. Sem dinheiro, ele já se abrigou numa instituição de
caridade no Rio Grande do Sul e morou de favor na casa de fãs que nem conhecia.
O mais intrigante na espantosa história de Belchior é que ele
aparentemente não agiu movido por depressão, dívidas ou golpe
publicitário, como se pensou no princípio. A influência da mulher é
apontada pela maioria dos amigos como o motivo do seu comportamento.
Ainda assim, não há unanimidade. “Edna não conseguiria sozinha virar a
cabeça de alguém inteligente como Belchior. São dois sonhadores,
juntaram suas utopias. Deixaram de acreditar neste mundo materialista,
objetivo e mesquinho e partiram para um caminho de desapego”, diz o
artista plástico José Roberto Aguilar, de 72 anos, amigo do casal.
Belchior nasceu numa família simples no interior do Ceará. Foi o mais
bem-sucedido entre 23 irmãos. Estudou medicina na capital. Abandonou o
curso depois de quatro anos, para ingressar na carreira artística.
Estourou nos festivais na década de 1970 e compôs músicas com letras
poderosas, como “A palo seco”. Seus sucessos foram gravados por Elis
Regina, Jair Rodrigues e Roberto Carlos. Belchior é um artista com vasta
cultura, domina cinco idiomas, conhece filosofia e gosta de física
quântica. Até os anos 2000, lançava em média um disco por ano. “Ele era
uma máquina, chegava a fazer três shows por noite. Era uma pessoa
completamente dedicada à carreira”, diz o parceiro e ex-sócio Jorge
Mello.
Tudo isso ficou para trás. O sumiço de Belchior lembra o caso do
escritor russo Liev Tolstói. Aos 82 anos, ele abandonou tudo para viver
como camponês. Tolstói teve um fim trágico – morreu de pneumonia depois
de viajar na terceira classe de um trem durante o inverno soviético.
Belchior, quanto mais se afasta da vida em sociedade, mais se afunda em
dificuldades mundanas.
Capítulo 2
“Onde nada é eterno”
Depois que conheceu Edna, Belchior percorreu uma trajetória descendente
em que, aos poucos, se despojou de todos os bens e obrigações. No final
de 2006, ainda com a carreira aquecida, pediu que o empresário Jackson
Martins parasse de agendar novos shows. Pretendia passar um tempo se
dedicando à pintura e à tradução do poema Divina comédia, de
Dante Alighieri, para uma linguagem popular. No início do ano seguinte,
deixou o apartamento em que vivia com Ângela, mas continuou morando em
São Paulo com Edna, num flat alugado. Desde então, a família diz não ter
mais notícias dele. Belchior não era um marido muito presente, ficava
até dois meses sem aparecer em casa. Teve duas filhas fora do casamento.
Uma delas com uma fã que morava em São Carlos, no interior de São
Paulo, com quem saiu uma única vez. A outra era fruto de um caso com uma
estudante de psicologia no Ceará. Belchior pagava pensão alimentícia
para a primeira. A família da segunda menina, hoje com 16 anos, não o
acionou na Justiça.
As complicações começaram a aparecer em 2008. Ângela cobrava na Justiça
uma pensão mensal de R$ 7 mil. Belchior se recusou a pagar. Na época,
deixou de pagar também a outra pensão. Seus amigos notaram uma diferença
de comportamento. “Ele parecia estranho. Me ligou perguntando sobre
amigos que não vemos há 30 anos, num tom de voz que não era o seu”, diz
Jorge Mello. Em outubro daquele ano, abandonou um carro no
estacionamento do aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Belchior continuou em São Paulo até março de 2009, quando deixou o flat
sem quitar os últimos meses de aluguel. Na garagem, ele largou um
segundo carro, e em seu apartamento ficaram roupas, rascunhos de música,
cartões de crédito e o passaporte. Belchior também abandonou tudo na
casa alugada onde funcionava seu escritório: coleção de quadros, discos,
documentos e o computador onde estava parte da tradução da Divina
comédia, projeto que lhe consumira três anos. Seu secretário, Célio
Silva, continuou abrindo o escritório, na esperança de que retornasse.
Belchior viajara com Edna para o Uruguai, onde descansava num vilarejo.
Foi processado por Célio e por todos os credores que ficaram em São
Paulo. Não se defendeu. Foi representado por defensores públicos até nos
processos de pensão alimentícia. Como consequência, suas contas foram
bloqueadas, e apareceram dois mandados de prisão contra ele, já que não
pagar pensão é um crime passível de cadeia. “Como não tive contato com
ele, a defesa ficou restrita a questões formais”, diz a defensora
Claudia Tannuri, escolhida para defendê-lo no processo movido pela
ex-mulher Ângela. Belchior nem sequer se importou com o destino de seus
pertences. As roupas que estavam no flat foram doadas à caridade. A
filha mais velha recolheu os documentos. Os carros foram levados para
depósitos públicos. A dívida com os estacionamentos já ultrapassava seu
valor. O proprietário do imóvel onde funcionava o escritório lacrou o
lugar e recolheu os pertences. Seus quadros se perderam com a umidade.
Como na música “Divina comédia humana”, “em que nada é eterno”,
Belchior e Edna perambularam durante todo esse período de hotel em hotel
– várias vezes, sem pagar a conta. Amigos culpam Edna pela iniciativa. O
primeiro hotel em que isso aconteceu foi o Gran Marquise, em Fortaleza.
Os dois ficaram hospedados ali ainda em 2006. Saíram sem pagar dois
meses de estadia, no valor de R$ 8 mil. Depois, repetiram a prática em
pelo menos quatro locais. No Icaraí Praia Hotel, em Niterói, deixaram
uma conta de R$ 4 mil. “Alguns funcionários tiveram de arcar com parte
da dívida, já que permitiram que ele ficasse hospedado mais de uma
semana sem pagar a conta”, diz o atual gerente, Germano Lopes. No Royal
Jardins Boutique, em São Paulo, a conta pendurada foi de R$ 12 mil.
“Eles deixaram um cheque caução, mas não tinha fundos”, diz Elly
Shimasaki, gerente na ocasião.
O caso mais recente foi no hotel Cassino, na cidade de Artigas, no
Uruguai, onde o casal se hospedou entre julho de 2011 e novembro de
2012. Os últimos meses ficaram sem pagamento, restando uma dívida de R$
35 mil. Lá, Belchior deixou para trás roupas e um laptop.
“É uma lástima que um artista brasileiro dessa importância tenha agido
assim”, diz o gerente uruguaio Ricardo Rodrigues. O hotel entrou com uma
queixa criminal contra o casal.
Capítulo 3
“Sou apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco”
Nos últimos anos, Belchior se manteve à distância de qualquer atividade
remunerada. Em 2009, quando o desaparecimento ganhou repercussão
nacional, a montadora General Motors ofereceu um cachê milionário para
ele aparecer num comercial. Belchior deveria dizer que, com o novo carro
da GM, até ele voltava. Belchior recusou o convite e ficou bastante
chateado com o teor da proposta. O empresário Jackson Martins diz que
recebe constantes pedidos para shows, mas não consegue localizá-lo desde
2007. “Pago as dívidas dele se ele voltar”, diz. Outro empresário que
trabalhou com Belchior por quase 30 anos, Hélio Rodrigues, diz que o
desaparecimento fez aumentar o interesse do público. “Depois do
escândalo, ele consegue lotar qualquer casa de espetáculo. Com dois
shows em São Paulo, eliminaria as dívidas”, diz.
Hoje, a maior pendência de Belchior é o processo trabalhista ganho pelo
secretário Célio, no valor de R$ 1 milhão. A causa está julgada. Um
apartamento de propriedade do músico em São Paulo está em execução. A
dívida da pensão para a ex-mulher Ângela soma cerca de R$ 300 mil. Mas
cresce a cada dia, já que Belchior continua obrigado a pagar R$ 7 mil
por mês. “O sumiço só agravou a situação dele. Se não tem dinheiro,
deveria enfrentar juridicamente o processo, argumentando que não pode
pagar”, diz Paulo Sato, advogado de Ângela. A pensão atrasada da filha
que mora em São Carlos gira em torno de R$ 90 mil. As dívidas com hotéis
cobradas na Justiça somam R$ 47 mil. Não são impagáveis, desde que
Belchior volte a se apresentar.
A derradeira fonte de renda de Belchior eram os direitos autorais de
suas músicas. Segundo o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição
(Ecad), nos últimos cinco anos foram depositados R$ 367 mil referentes à
execução pública de suas obras. Parte do dinheiro ficou retida quando
as contas bancárias foram bloqueadas. Desde então, Belchior não contou
com nenhum outro tipo de renda.
Capítulo 4
“Saia do meu caminho, eu prefiro andar sozinho”
Em janeiro deste ano, Edna e Belchior procuraram a Defensoria Pública
em Porto Alegre. A história ganhou ingredientes ainda mais estranhos. Os
dois alegavam que o bloqueio das contas e os mandados de prisão
impediam que ele trabalhasse e voltasse a ganhar dinheiro para pagar as
dívidas. Belchior aparentemente estava disposto a voltar. Mas o
comportamento do casal era confuso. Edna falava desbragadamente,
enquanto Belchior ficava quase sempre calado. “Durante um mês, me
informei sobre os processos que tramitam em São Paulo. Fizemos um pedido
judicial para a suspensão da execução, até que ele conseguisse se
restabelecer. Nesse meio-tempo, Belchior sumiu”, diz a defensora pública
Luciana Kern, que o atendeu.
Nesse mesmo período, Edna ligou para o jornalista gaúcho Juremir
Machado, que não conhecia. Disse que Belchior estava escondido na cidade
e precisava de ajuda. Ela queria que Juremir os levasse à sede regional
da TV Record para fazer uma denúncia delirante. Juremir notou algo de
incomum no casal. Eles se escondiam atrás de pilastras e ficavam olhando
a movimentação nas ruas antes de entrar em algum lugar, como se fossem
seguidos. Na retransmissora da TV, Edna afirmou ter um dossiê contra a
TV Globo. O programa Fantástico noticiara o desaparecimento de
Belchior em 2009 e a fuga do hotel uruguaio, em 2012. “Ela dizia que
Belchior era difamado pela Globo e queria justiça. Falou até que havia
uma tentativa de matá-lo”, diz a jornalista Vânia Lain, que recebeu os
dois. Eles disseram que voltariam na semana seguinte trazendo os
documentos, mas desapareceram.
Em Porto Alegre, Belchior e Edna ficaram inicialmente hospedados num
hotel simples no centro, pago com ajuda dos funcionários do Tribunal de
Justiça, primeira porta em que o casal bateu quando chegou à capital
gaúcha. Depois, foram abrigados no Centro Infantojuvenil Luiz Itamar,
instituição de caridade na região metropolitana. Dali, foram levados ao
advogado Aramis Nacif, ex-desembargador do Estado, que poderia ajudar
Belchior com os processos. “Ele dizia que um agente apareceria, mas
nunca apareceu”, diz Nacif. Durante um mês, o casal ficou abrigado na
casa de praia do filho dele. “Eles não tinham dinheiro algum. Edna
apresentava um sentimento de perseguição muito grande, parecia ter algum
distúrbio psicológico”, diz. Foi nesse momento que Belchior conheceu o
advogado Jorge Cabral, na casa de quem se hospedou por quatro meses.
Cabral tomou um susto ao perceber que um músico importante como
Belchior estava ali. E os convidou para ir a um sítio de sua
propriedade, em Guaíba, local mais agradável. Belchior e Edna
continuavam sem dinheiro. Nesse período, o advogado levou mantimentos,
roupas, itens de higiene pessoal e até tintura para Belchior pintar os
bigodes de preto.
No sítio de Cabral, Belchior não bebia nem comia carne vermelha.
Passava os dias tomando chá, caminhando e cuidando das ovelhas. Fazia
muitas anotações em papéis, que escondia numa pasta. Durante esse
período, gastou duas canetas inteiras. Leu cerca de 40 livros. Não
apresentava sinais de depressão. Parecia, segundo Cabral, alheio aos
problemas que o cercavam. “Eu imaginava que ele era apenas um compositor
nordestino, mas encontrei um artista plástico, um pensador, um
filósofo”, diz Cabral. Ele pretende escrever um livro sobre a
experiência.
Belchior só não gostava de falar sobre sua situação. Recusava-se a
tocar violão e cantar. Edna impedia que ele fosse fotografado. O casal
também não tomava nenhuma providência para resolver os problemas
jurídicos. “A gente esperava que a situação se resolvesse, mas não
acontecia nada. E aquilo não condizia com um homem lúcido, com memória
fantástica, que fala várias línguas e tem uma quantidade enorme de
músicas gravadas”, diz Jorge Cabral.
“Esse tempo que ele falou que daria na carreira já está longo demais.
Só queremos notícias dele”, diz a irmã, Ângela Belchior. Belchior não
apareceu nem no enterro da mãe, que morreu em 2011. Por telefone, a
ex-mulher Ângela soa reticente. Não gosta de falar sobre um assunto tão
delicado com a imprensa. Ela conta que, desde 2007, Belchior não entra
em contato nem com os filhos. “Não entendo. Os empresários dele não
entendem”, diz.
Em julho deste ano, Cabral pediu que o casal saísse, dado que Belchior e
Edna não davam sinal de acabar com aquela situação de total
dependência. Ele os deixou na porta da sede regional da União Brasileira
de Compositores, com R$ 50 no bolso. Na União, Belchior tentou
desbloquear o pagamento de seus direitos autorais, comprometido pelos
processos na Justiça. Não conseguiu.
Começou a cursar direito na USP em 1969, mas logo desistiu. Foi
para Londres, onde fez alguns bicos para a BBC. Considera sua coluna um
telejornal humorístico. Escreve de terça a domingo.
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
Piada Pronta: "Vereador de MG suspeito de dirigir embriagado e atropelar ciclista".
Como é o nome dele? Eduardo Cunha!
Rarará!
E atenção! Contagem regressiva. Feliz 2016!
Ou, como dizem em Brasília: Feliz 2016%!
Mas já estão loucos pra chegar em 2050%. Ops, 2100%!
E adorei a charge do Mariano: "Animado pra 2016?".
"Te respondo lá por 2020. Pode ser?" Pode! E que tal 2038?
E as retrospectivas? Retrospectiva é ruim porque você sofre duas vezes.
Ops, passa vergonha duas vezes. Melhor ficar ouvindo um pancadão!
Este foi o ano em que o povo passou se xingando no Facebook!
Retrospectiva 2015: "ESQUECI". É melhor esquecer mesmo. Amnésia protetiva.
Rarará!
Retrospectiva 2015: "DEIXA QUIETO!". É melhor deixar quieto mesmo! Retrospectiva 2015: "SÓ ENGORDEI". Obsessão nacional!
Como disse uma amiga: "Dos 10 kg que prometi emagrecer, ainda faltam 15!" Rarará!
É a rabanada. Culpa da rabanada. Culpa da rabanada e da Dilma. Retrospectiva 2015: "CULPA DA DILMA!". Rarará!
A pessoa quer emagrecer e passa dez dias comendo rabanada!
Aliás, um amigo me disse que este foi o Ano da Rabanada: levou rabanada
da mulher, levou rabanada da sogra, levou rabanada do chefe e levou
rabanada da Dilma!
Rarará!
E, como todos os anos, a retrospectiva do meu amigo Ciro Botelho: "Você
não é rico como o Messi, o PIB desce, a barriga cresce, o pinto amolece e
vai parar na fila do INSS".
Isso não é retrospectiva, é maldição! Rarará!
E umas amigas já estão desejando para outras: Feliz Homem Novo!
E eu tenho uma amiga tão insegura que escreveu na calcinha: "Você me ama mesmo ou só quer me comer?".
Neymar comemora golaço marcado contra o Villarreal, pelo Campeonato Espanhol, em novembro de 2015
Cinco vezes campeão em 2015, o Barcelona tenta nesta quarta-feira (30),
contra o Betis, pelo Campeonato Espanhol, às 17h30 (de Brasília, com
ESPN Brasil), bater uma nova marca na temporada: o de time da primeira
divisão espanhola com mais gols marcados em um único ano, contando todas
as competições que disputou.
A equipe catalã acumula 176 gols em 2015 e precisa de mais três para
ultrapassar o recorde que hoje pertence ao seu maior rival: em 2014, o
Real Madrid marcou 178 vezes juntando todas as competições.
Além do recorde de gols, a partida contra o Betis pode manter a equipe
no topo da tabela. Hoje o Barça tem um jogo a menos e lidera o
campeonato, mas tem os mesmos 35 pontos do vice-líder Atlético de Madri.
Tantos gols da equipe catalã na temporada são resultado do forte poder
ofensivo do trio MSN (Messi, Suárez e Neymar). Juntos, eles marcaram 32
vezes somente no Espanhol 2015/2016. Neymar é o artilheiro do
campeonato, com 14 gols, seguido de perto pelo atacante uruguaio Luiz
Suárez, que balançou as redes 13 vezes.
No ano, no entanto, o argentino Lionel Messi está na frente: fez 47
gols, enquanto Suárez e Neymar marcaram 46 e 41 vezes, respectivamente.
Juntos, são responsáveis por 76,1% dos tentos da equipe no ano até o
momento.
Messi é jogado pelo alto após se tornar o maior artilheiro da história do Campeonato Espanhol
BENITEZ CONTESTADO
Mais cedo, o Real Madrid recebe a Real Sociedad, às 13h (de Brasília,
com Fox Sports), e, dependendo de uma combinação de resultados, pode
terminar o ano na liderança do Espanhol.
A equipe está em terceiro, com 33 pontos, e torce por tropeços do Barcelona e do Atlético de Madri para subir na tabela.
O treinador espanhol Rafa Benítez, que acumula dez vitórias, três
empates e três derrotas na competição, tem sido contestado pela imprensa
espanhola e pela torcida.
HOJE NA TV 13h Real Madrid x Real Sociedad
Espanhol, Fox Sports
17h30 Barcelona x Betis
Fim de ano é de correria no serviço público brasileiro
* Servidores trabalham a serviço do gestor público, forjando documentação para encobrir irregularidades administrativas no Município.
* Tem até servidor especialista em imitar assinatura
* Fraudes em processos de licitação
* Uso de material de construção - Indevidamente
* Tudo confeccionado ilegalmente: Falsas notas de empenho, recibo e ordem de pagamento
* Pagamento fraudulento referente a remuneração de médicos
* Emissão de cheque sem fundos
* Emitir cheques em favor da Tesouraria de Prefeitura, para enriquecimento ilícito
* Manter na folha de pagamento da prefeitura, pessoas fictícias, cujo contra-cheque é assinado pelo imitador, destinando o numerário ao gestor público, já que não adianta ir atrás do favorecido pois ele não existe mais.
* Ganhar comissão de empresas fornecedoras da prefeitura, com notas fiscais super faturadas
* Comissões altíssimas na compra de combustíveis, muitas delas fazem o abastecimento em postos de gasolina e seus derivados em outras cidades.
* E outros Atos Improbos
É UMA PEQUENA AMOSTRA
Com a chegada do fim de ano as prefeituras procuram sanar certas situações sejam lá como for o caso de cada pendência na devida falcatrua, tentando regularizar o impossível.
Se na cidade a Câmara de Vereadores for atuante no fisco contra o poder executivo, estas irregularidades serão denunciadas ao Ministério Público Estadual, movendo ação, até se chegar ao Ministério Público Federal.
Porque tanta corrupção nas prefeituras? Esses suspeitos devem ser investigados por falsidade ideológica, uso de documento falso, fraude a licitação e peculato.
Ex- prefeito que furtou o município está aí sem punição alguma. Deveria ter uma punição severa, para nunca mais aplicar golpes. Geralmente seus sucessores indicados e apoiados pelos gestores anteriores, tentam burlar as leis e terminam furtando o erário público.
Para o ano teremos eleições municipais e o descrédito dos brasileiros na política é algo gritante, em virtude da corrupção.
A responsabilidade aumenta mais na hora do voto, analise se o seu candidato não foi corrupto teve contas aprovadas pelo TCE.
Não banque a corrupção na sua cidade, votando errado.
Porque um
menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus
ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz.
Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no
seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e
para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.
Mensagem dos que fazem o Sr. CARIRI
Porque
um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os
seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus
Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste
principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu
reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora
e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto. Isaías 9:6,7