quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Os primeiros 30 dias do presidente

Foram tempos difíceis, consequência de uma tentativa de assassinato que visava destruir não só a mim, mas a esperança de muitos brasileiros num futuro melhor. Agradeço a Deus por estar vivo, aos profissionais que cuidaram de mim até aqui e a todos vocês pelas orações! Estou bem”.





Do hospital israelita Albert Einstein, em São Paulo, Jair Bolsonaro (PSL) chega nesta quarta-feira (29) ao seu trigésimo dia como presidente da República. Nos primeiros 30 dias à frente da Nação, o capitão reformado do Exército conseguiu cumpriu duas promessas de campanha – decreto sobre posse de armas e do combate às fraudes do INSS –, esteve na Suíça para participar do Fórum Econômico de Davos, mas também já enfrenta uma primeira grande crise, que envolve o seu filho Flávio Bolsonaro e movimentações financeiras consideradas suspeitas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Se recuperando de cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia, Bolsonaro despachará do hospital pelos próximos dez dias. Assim, levará falta na sessão que marca o retorno do Congresso Nacional, na próxima sexta-feira (1º). 

Os parlamentares eleitos tomam posse e a Câmara e o Senado elegem seus dirigentes pelos próximos dois anos. Bolsonaro vai precisar do apoio dos congressistas para aprovar pautas importantes para o ajuste fiscal do País, como a proposta de reforma da Previdência. Diante da ausência do chefe do Executivo, o ministro da Casa Civil, Onxy Lorenzoni, estuda ir a São Paulo na quinta-feira (31) para fechar com Bolsonaro a mensagem que será levada por ele ao Congresso. 

Cientista político pela Universidade Federal Fluminense, Antônio Lucena avalia que as primeiras semanas no Planalto estão sendo mais tumultuadas do que foram para chefes do Executivo anteriores. Nessa conta, Lucena inclui, também, a desistência do mandato de Jean Wyllys (PSOL), um dos principais opositores da gestão Bolsonaro, e a tragédia de Brumadinho. “Se a gente pegar Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer, o início não foi tão atribulado assim. É normal você terretrocessos, avanços,recuos, mas não uma tempestade tão grande em um tempo tão curto”.

Na análise da doutora em ciência política Céli Pinto, até o momento, o novo governo não realizou nenhuma ação notável, merecendo destaque apenas a promessa de campanha sobre a posse de armas. “Ele fez uma medida completamente populista sobre a questão do armamento, que não muda quase nada, mas é completamente populista”. 

A partir de hoje, Bolsonaro poderá receber ministros para tratar de assuntos governamentais, mas o porta-voz da República, Otávio do Rêgo Barros, explicou que deverá ser evitado que as visitas sejam rotineiras, o que poderia cansá-lo.

Ao longo do dia, aliados do presidente tentaram convencê-lo a adiar a retomada de despachos. Mas a equipe médica afirmou que o presidente “manteve-se estável durante o dia, sem sangramentos ou qualquer outra complicação”. 

Bolsonaro usou suas redes sociais para informar que estava bem. “Agradeço a Deus por estar vivo, aos profissionais que cuidaram de mim até aqui e a todos vocês pelas orações! Estou bem”, escreveu no Twitter. 



Sr. CARIRI
Fonte - Jornal do Commercio

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