quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Silvio Costa na disputa pelo governo


Após a retirada de Marília Arraes do processo oficializada ontem pelo diretório nacional do PT, o deputado Silvio Costa que era pré-candidato a senador na chapa de Marília poderá ser candidato a governador com o objetivo de angariar o eleitorado órfão da candidatura de Marília e tentar forçar o segundo turno. Além disso, Silvio utilizaria sua candidatura para fazer duras críticas ao PSB, que foi o algoz de Marília Arraes e consequentemente da sua candidatura a senador.


Retirada de Marília foi benéfica para Paulo e Armando 
A confirmação da retirada da candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco para formalizar uma aliança com o PSB mexeu diretamente com as estruturas da eleição no estado, tendo um impacto muito forte no desenho da disputa, podendo afirmar, inclusive, que a saída de Marília pode ter sacramentado o resultado da eleição deste ano.
O quadro com Marília garantia a existência de um segundo turno, com grandes chances da petista figurar na segunda etapa com Paulo Câmara. A segunda etapa seria devastadora para o governador, uma vez que a base governista estaria desmobilizada e haveria um risco real de Paulo sair derrotado por ela, que representava a novidade e a mudança no estado.
Armando Monteiro, por sua vez, corria um risco de mesmo com todo aparato político de partidos e apoios, sequer figurar no segundo turno, as pesquisas mesmo sem a certeza da candidatura de Marília, lhe davam uma certa vantagem em relação ao senador, muito provavelmente com a confirmação de Marília, esta vantagem tinha tudo para aumentar, o que seria muito ruim para o projeto petebista no estado.
Sem Marília, a eleição ficou para ser decidida no primeiro turno, numa reedição do que foi a eleição de 2014. Para Paulo Câmara, foi positivo porque possui uma ampla frente política que agora terá ânimo redobrado para o jogo, pois o governador deu uma demonstração de força ao retirar do jogo a sua principal adversária. Isso tem um fator psicológico muito forte pois dá ao governador um sentimento de perspectiva de vitória que pode contaminar apoiadores e ampliar suas chances na disputa.
Já para Armando Monteiro, foi igualmente positivo, pois ele agora terá um jogo mano a mano com o governador, podendo utilizar a fadiga de material do PSB, evidenciando que ele é efetivamente um candidato de mudança para um projeto que já tem doze anos de hegemonia. Apesar do leve favoritismo do governo por causa da máquina, Armando pode, se acertar no discurso e na narrativa, suplantar o atual governador, fato que seria mais difícil com a presença de Marília no jogo.
No fim das contas, os dois pré-candidatos só têm motivos para comemorar, e passada a euforia da saída de Marília, prevalecerá, obviamente, aquele que errar menos e conseguir convencer o eleitor da sua tese, que para Paulo será de continuidade, e para Armando, de mudança, o juízo de valor ficará a critério do eleitor, cada vez mais refratário a política e aos políticos em geral.
Teresa Leitão – A deputada estadual Teresa Leitão, entusiasta da pré-candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco, foi a primeira deputada a afirmar no buraco frio que a sua correligionária estava rifada pelo PT. Teresa ficou muito desapontada com o desfecho porque acreditava piamente na força e no projeto eleitoral representado por Marilia Arraes.
Frustração – Defensor incansável da pré-candidatura de Marília Arraes, sendo o seu pré-candidato a senador, o deputado Silvio Costa teve a notícia indigesta às 11 horas da noite da terça-feira de que Marilia seria rifada dada por Fernando Haddad. O deputado, que é muito hiperativo, quase não conseguiu dormir. Silvio preferia ter recebido a notícia pela manhã ou na verdade sequer ter acesso a essa informação.
Aposta – No jantar de comemoração da vitória de Eriberto Medeiros para a presidência da Assembleia Legislativa de Pernambuco, o deputado Álvaro Porto apostou com o prefeito Aglailson Junior sobre o resultado da eleição. Álvaro disse que Armando sairia vitorioso, enquanto Aglailson apostou suas fichas em Paulo Câmara, de quem é aliado e por ser membro histórico do PSB.
Cartorial – O PT depois da confusão envolvendo João da Costa quando realizou um estupro ao tirá-lo da disputa, não aprendeu com os erros, e novamente fez uma violência com Marília Arraes. A partir de agora não dá mais para levar o partido em consideração, pois assinou o atestado de ser capaz de tudo, inclusive de sacrificar um projeto do tamanho da candidatura de Marília.
Eriberto – No exercício do seu terceiro mandato como deputado estadual, Eriberto Medeiros chegou ao ápice da sua carreira política ao se eleger com 40 votos presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Sua escolha coroou uma trajetória de quem entende do riscado e tem excelente trânsito na Casa. Foi um substituto à altura de Guilherme Uchoa.
Gesto – Vice-presidente da Alepe, Cleiton Collins fez um gesto altruísta ao abdicar de disputar a presidência da Casa em prol da unidade. Ele foi elogiado por tamanha atitude, e demonstrou ser uma pessoa de grupo. Cleiton também passou um mês no exercício da presidência sem desmanchar o que estava colocado na Casa, o que é um caso raro. Os deputados elogiaram muito a forma como Cleiton se comportou.
RÁPIDA 
Vice – Muita gente estava defendendo no buraco frio o nome da deputada Roberta Arraes para a vaga de vice-governadora na chapa de Paulo Câmara, por ser mulher, do PP, do Sertão e ter o sobrenome Arraes que era um dos trunfos da pré-candidatura de Marília Arraes.




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