Há mais de 30 anos, a UFPB pesquisa a Milona, planta nativa do
semiárido brasileiro. A finalidade é tratar e até curar a asma, porém,
embora haja resultados de eficácia, o produto ainda não foi testado em
humanos.
Isso significa que os pacientes terão que esperar pelo menos até 2020
para que omedicamento chegue ao mercado. Além da demora natural dos
estudos, faltou estrutura.
“Não tínhamos estrutura adequada para realizar os testes em humanos. O
Hiperfarma é novo e agora sim podemos iniciar testes clínicos”, afirmou
Marianna Sobral, diretora de farmacologia e toxicologia do instituto.
“A Milona foi trazida pela atual reitora Margareth Diniz, quando um
médico relatou que o chá podia tratar bronquite e asma. Existem estudos
cardiovasculares, de imunologia, psicofarmacologia e trato intestinal,
mas a área respiratória é a que está mais configurada. A importância em
relação a aminofilina, sintético tradicional, é que além da atividade
bronco-dilatadora, a milona é capaz de regenerar os tecidos pulmonares.
Assim, ela age nos sintomas, desinflamando e a pessoa pode até deixar de
ser asmático”, revelou o diretor do Hiperfarma, Rui Macedo.
Ele espera que em um ano os testes em humanos sejam iniciados. O chá
de milona já é utilizado, mas não foi reconhecido ainda como planta
medicinal pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Com a conclusão da fase clínica, é preciso esperar mais dois anos
para o registro da medicação. A universidade também pensa em inserir a
milona em alimentos. O diretor espera que o chá seja acessível à
população através do Sistema Único de Saúde Mais de 300 pesquisas Na
Universidade Federal da Paraíba, esse tipo de pesquisa é realizada pelo
Hospital Universitário e o Instituto de Pesquisa em Fármacos e
Medicamentos (Hiperfarma) ligado ao Centro de Ciências da Saúde.
Cerca de 40 pesquisadores e 220 alunos de pós-graduação desenvolvem estudos no antigo LTF (Hiperfarma).
A Coordenação Geral de Pesquisa da UFPB recebeu 319 projetos, 241
envolvem seres humanos e 79 apenas animais, que devem ser iniciados no
próximo mês.
Plantas vão reduzir demora
O diretor do instituto, Rui Macedo, explica o desenvolvimento das
pesquisas. “A lei proíbe que se façam testes em humanos antes de fazer
com animais. No biotério ocorre a parte experimental, o cultivo de
animais, engorda, crescimento e reprodução. Nos laboratórios são
estudados desde a química, testes não-clínicos e clínicos (com animais e
com humanos) até à tecnologia do medicamento”, disse o professor.
O professor, que pesquisa fitoterápicos, acredita que as plantas
medicinais vão reduzir a demora nas pesquisas, pois já parte de um
conhecimento popular. “Já é algo que a medicina popular utiliza para
tratar doenças. Por isso, a gente já sabe se tem uso farmacêutico, com
isso, o tempo da pesquisa será reduzido em comparação com os
sintéticos”, complementou.
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