Memorial Augusto dos Anjos, na Paraíba |
Publicado pela primeira vez em 1912, o livro do poeta paraibano Augusto dos Anjos, traz em uma de suas poesias, o que hoje ocorre com a humanidade em tempos de pandemia, a aflição do mundo.
Por certo ele viveu em época de alguma doença contagiosa que acometeu os povos.
Confira então:
A PESTE
Filha da rainha de Jeová - a Peste
De espaço a espaço sepulturas planta
E em cada coração planta um cipreste!
Exulta o eterno e... tudo chora, tudo!
Quando ela passa, semeando a Morte,
Todos dizem co'os olhos para a Sorte
- É o castigo de Deus que passa mudo!
- Fulgido foco de escaldantes brasas
- O sol a segue, e a Peste ri-se, enquanto
Vai devastando o coração das casas...
E como o sol que a segue e deixa um rastro
De luz em tudo, ela, como o sol - o astro -
Deixa um rastro de luto em cada canto!
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