ARTIGO DO:
A inveja,
como um fato clínico, é originária da intensificação do ódio, sendo
mobilizada pela pulsão de morte voltada contra o próprio sujeito
invejoso.
O ódio tem como consequência o distanciamento de contato do
invejoso com seu próprio ser. Uma situação que levaria ao esvaziamento
do self, caso não surgisse a inveja como medida compensatória ao esvaziamento, sob a forma de sensorialidade.
Trata-se da sensorialidade do ódio dirigido ao que evoca as
insuficiências do invejoso, tendo em vista remover a fonte de seus
sofrimentos. O ódio ao beneficiário do que é desejado substitui o ódio
do invejoso contra si próprio. Tal sensorialidade tem por finalidade
manter algo a respeito da validade e da bondade do sujeito invejoso. O
autor considera que desse modo não é necessário alterar os elementos
básicos da concepção kleiniana clássica de inveja.
Considerada
uma disposição de espírito, a inveja foi definida por Spinoza (1999)
como “o ódio que afeta o homem de tal modo que ele se entristece com a
felicidade de outrem e, ao contrário, se alegra com o mal de outrem”.
O catolicismo considera a inveja como um dos sete pecados capitais, uma vez que ela constitui a fonte de outros pecados. Para o cristianismo, esse sentimento baixo e ignóbil é inaceitável.
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