Avô de menina diz que avó paterna seria mandante de chacina em Poção
O marido de uma das vítimas da chacina de Poção, no Agreste de Pernambuco, e avô da menina que sobreviveu ao crime afirmou durante o velório que a responsável pelas mortes seria a avó paterna da criança. João Sebastião afirmou ainda que a mulher teria envenenado a filha dele, que morreu em 2012.
Bernadete de Lourdes também estaria envolvida na morte da nora, mãe da criança sobrevivente |
Sete pessoas foram indiciadas pela
chacina que aconteceu em Poção, no Agreste do estado, em fevereiro deste
ano, e que resultou na morte de três conselheiros tutelares da cidade e
de uma mulher de 62 anos. As conclusões do inquérito foram divulgadas
nesta segunda-feira (20), no Recife. Para a polícia, a oficial de
justiça Bernadete de Lourdes Brito Siqueira Rocha, avó paterna da única
sobrevivente da chacina - uma menina de 3 anos -, foi a mandante do crime, motivado pelo interesse na guarda da criança.
"São
dois motivos: primeiro a guarda da criança, que era uma disputa muito
firme entre as duas familias. E também desavenças, ameaças mútuas,
inclusive agressões verbais e físicas", diz o delegado Erick Lessa.
Bernadete teria recebido ajuda de um
advogado que foi diretor da penitenciária de Arcoverde para contratar
os executores. Também foi indiciado um homem que teria feito a ponte com
os acusados de atirar nas vítimas. A polícia concluiu também quem foram
os autores do crime -- um deles está preso em Caruaru, no Agreste, e o
outro está foragido. Outros dois homens deram suporte e facilitaram a
fuga dos assassinos. Dos sete indiciados, apenas esse suspeito de ser um
dos atiradores está foragido.
O crime foi planejado desde 2014, de
acordo com a polícia. Na ocasião da chacina, no último 6 de fevereiro,
três conselheiros tutelares e uma mulher de 62 anos -- avó materna da
neta de Bernadete Rocha -- foram mortos no sítio Cafundó, em Poção.
A única sobrevivente da chacina foi a neta de Bernadete, uma criança de
três anos. A avó paterna é acusada ainda de ter matado a mãe da criança
por envenenamento, em dezembro de 2012.
Bernadete Rocha teria pago R$ 45 mil
pelo crime, e tinha ainda a intenção de matar todos os parentes
maternos que pudessem impedi-la de ficar com a guarda da neta, de acordo
com a investigação, que foi concluída em pouco mais de dois meses.
O Ministério Público de Pernambuco
vai encaminhar a denúncia ao Judiciário. O destino da menina ainda não
foi definido. "Aquela criança presenciou as quatro mortes e, esteve, até
a chegada da Polícia Miltiar e do Samu, imóvel, abraçada ao corpo da
avó. Ela precisa de proteção do estado, de assistencia familiar, mas
isso será verificado oportunamente", detalhou a promotora de Justiça Ana
Clézia Ferreira Nunes.
Os sete acusados responderão por
quatro homicídios duplamente qualificados e podem pegar até 210 anos de
prisão. O pai da criança, que chegou a ser preso por suspeita de
envolvimento com o crime, não foi indiciado. A investigação acredita que
ele foi envolvido no crime pela própria mãe, mas não sabia de nada.
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