domingo, 24 de agosto de 2025

TEM GENTE QUE SÓ QUER SER AS PREGAS

TEM GENTE 

 

Tem gente crescendo os zói no nosso amor
Tem gente no banheiro, por favor
Tem gente sem dinheiro
Tem gente boa no Rio de Janeiro

Tem gente que come tudo e não engorda
Tem gente que já está roendo a corda
Tem gente foda, tem gente cabeça
Tronco e roda

Tem gente que só vive apaixonada
Tem gente que tem duas namoradas
Gente que está com tudo
Tem Gente que não está com nada

Tem gente no prego de gasolina
Gente desempregada na esquina
Tem gente fina, tem gente que não gosta de menina
Tem gente que morre e não se entrega
Tem gente que só quer ser as pregas
Tem gente chique, tem gente brega, brega, brega

Brega, brega, brega
Brega, brega, brega
Foda, foda, foda
Que não gosta de menina

Tem gente que só vive apaixonada

Como tem gente

OLHINHOS DA FOGUEIRA 

Explodiu meu coraçãoFeito bomba no São JoãoQuando deslizei as mãosPelas suas costas nuas
Vi estrela no salãoLuar cheio de balãoE os olhinhos de fogueiraMe queimando de paixão
Chão batido de chuvinhaSó pra ver suas perninhasSuas perninhas grossasDançar São João na roça
Roça de milho, roça meu filhoRoça assim teu corpo em mimRoça mulata, roça a batataRoça assim teu corpo em mim
Roça de milho, roça meu filhoRoça assim teu corpo em mimRoça mulata, roça a batataRoça assim teu corpo em mim
 
TRÂNSITO ENGARRAFADO

Paro em cada esquina e vejo um rosto resmungando
Carros buzinando sem poder voar
Alguém vacila como eu
O guarda percebeu e pede pra esperar

A fumaça mancha meu pulmão
Não é só na contra mão em que o perigo está
Do outro lado da avenida
É tão difícil chegar

E o sinal fechado e a máquina distraída
Vai matando gente e aumentando a ferida
E o tempo passa e a sirene corre
O hospital se fecha e meu vizinho morre
O jornal publica e a coisa se complica
Pois é, quem mandou o jornal publicar?

E o sinal aberto e o jornal fechado
Meu vizinho morto e o doutor mal pago
E a sirene grita num tom de protesto
E a máquina vai acabando com o resto
A notícia passa, o povo se queixa
E o hospital se abre da cara dos besta

E o sinal fechado e a máquina distraída
Vai matando gente e aumentando a ferida
E o tempo passa e a sirene corre
O hospital se fecha e meu vizinho morre
O jornal publica, a coisa se complica
Pois é, quem mandou o jornal publicar?

E o sinal aberto e o jornal fechado
Meu vizinho morto e o doutor mal pago
E a sirene grita num tom de protesto
E a máquina vai acabando com o resto
A notícia passa, o povo se queixa
E o hospital se abre da cara dos besta

MEIO DIA 

Escorro o suor do meio dia
Assobiando a melodia
Eu tento saciar
Com o gole da cabaça
Passa a sede mas não passa
O jejum o jejum há.

O sol esquenta minha cabeça
Vixe maria não se esqueca
Também de esquentar
Com seus beijos minha vida
Eo sobejo da comida
Que sobrou do jantar.

João acabou-se a farinha
E o querosene da cozinha
No feijão "gurgui" já deu

Pai traz um vestido de chita
Que eu quero ficar bonita
Bonita que nem um mateu

Tenha paciência minha gente
Foi a seca e a enchente
E o culpado não sou eu.

Natural de Juazeiro do Norte, no Ceará, Luiz Fidelis é cantor e compositor. Teve canções de sua autoria gravadas por nomes como Elba Ramalho, Marinês, Fagner, Dominguinhos, Abidoral Jamacaru, entre outros.


A partir de poemas de Patativa do Assaré, compôs as músicas "O boi Zebu e as formigas" e "Sem terra", gravadas pela banda Mastruz com Leite.

 
 
 

 

 

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