Munib Younan (esq.), presidente da Federação Luterana Mundial, ao lado do papa Francisco na Suécia |
Celebração da Reforma Protestante
O papa Francisco celebrou
na Suécia o início do ano comemorativo dos 500 anos da Reforma
Protestante. O pontífice rezou com líderes da Igreja Luterana numa rara
demonstração de unidade, na data que marca o início do protestantismo.
Francisco foi recebido com aplausos na catedral de Lund, onde foi
realizada uma cerimônia ecumênica. (31/10)
O papa Francisco desembarcou nesta segunda-feira (31/10) na Suécia
para celebrar o início do ano comemorativo dos 500 anos da Reforma
Protestante. O pontífice se reuniu e rezou com lideres da Igreja
Luterana numa rara demonstração de unidade, na data que marca o início
do protestantismo.
Francisco foi recebido com aplausos na
catedral de Lund, onde foi realizada uma cerimônia ecumênica na qual as
preces eram feitas alternadamente por ele e pelos líderes da Federação
Luterana Mundial , na presença do rei da Suécia, Carl 16 Gustaf, e da
rainha Silvia.
A Federação Luterana Mundial agrupa 145 igrejas, representando mais de 74 milhões de pessoas em 98 países.
Os
líderes cristãos lamentaram as divisões e as culpas pelo passado e
pediram perdão pelas mortes e pela dor causada pela divisão da Igreja. A
reforma iniciada por Martinho Lutero há cinco séculos fez com que a
Suécia punisse com rigor, até com mortes e deportações, aqueles que
rejeitavam a fé luterana.
Enquanto o protestantismo se espalhava,
ocorriam conflitos religiosos, como a Guerra dos 30 Anos, entre 1618 e
1648 – um dos episódios mais sangrentos da história europeia.
Inicialmente,
a visita do papa – a segunda de um pontífice à Suécia – gerou
questionamentos, mas o Vaticano e a Igreja Luterana insistiram que não
se trata de uma comemoração da revolta de Lutero. Segundo afirmaram,
esta é uma celebração solene para pedir perdão pelo cisma que dividiu a
cristandade ocidental e exaltar a melhora nas relações entre as duas
Igrejas nas últimas cinco décadas.
"Nossa separação tem sido uma
imensa fonte de sofrimento e incompreensão", disse Francisco. "Como
católicos e luteranos, tomamos uma jornada comum de reconciliação",
afirmou em seu sermão na catedral de Lund.
"Graças ao diálogo e
testemunho compartilhado, já não somos desconhecidos; antes, aprendemos
que aquilo que nos une é maior do que aquilo que nos separa", diz uma
declaração conjunta assinada por Francisco e pelo presidente da
Federação Luterana Mundial, Munib Younan.
No documento, Francisco
e Younam recusam "energicamente todo o ódio e violência, passado e
presente, especialmente a cometida em nome da religião".
A
visita histórica do papa, que integra os esforços de ambas as Igrejas
para superar as divisões, ocorre na data que marca o Dia da Reforma e o
500º aniversário da publicação das controversas 95 teses de Martinho
Lutero. Os documentos, que contestavam a doutrina da Igreja Católica,
levaram ao cisma entre católicos e protestantes.
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