Lava-JatoMoro marca para dia 30 depoimento de Lula como defesa de CunhaEx-deputado arrolou como testemunha de
defesa o presidente da República, Michel Temer (PMDB), que também
recebeu ofício nesta terça-feira
Cunha arrolou o ex-presidente e o atual como suas testemunhas. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula |
O
juiz federal Sérgio Moro marcou para o dia 30 de novembro o depoimento
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como testemunha de defesa do
ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em ofício enviado nesta
terça-feira à Justiça Federal, em São Bernardo do Campo (SP), o
magistrado pediu que o petista seja intimado com urgência para ser
ouvido por videoconferência, às 17h30.
"Esclareço,
outrossim, que o presente pedido se deve à imperiosa necessidade de dar
celeridade a feito com réu preso (Eduardo Consentino da Cunha), bem
como, também, por racionalidade, uma vez que já há ato agendado com essa
Subseção, para a mesma data" informa Moro, no Ofício Nº 7000002658133.
O
juiz fez um aditamento a uma carta precatória já enviada anteriormente
para a 3ª Vara Federal, em São Bernardo, em que agendou para o dia 30 a
audiência de outra testemunha do processo.
Além de Lula, o
ex-deputado arrolou como testemunha de defesa o presidente da
República, Michel Temer (PMDB), que também recebeu ofício nesta
terça-feira em que foi comunicado. Temer tem que decidir se quer ser
ouvido em audiência por Moro ou se presta depoimento por escrito,
respondendo a perguntas feitas pelas partes.
Cunha é
acusado no processo da Lava Jato de ter solicitado e recebido, entre
2010 e 2011, no exercício de sua função como parlamentar e em razão
dela, vantagem indevida, relacionada à aquisição, pela Petrobras de um
campo de petróleo em Benin, na África.
O ex-presidente da
Câmara é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão fraudulenta
de divisas pela manutenção de contas secretas na Suíça que teriam
recebido propina do esquema na Petrobras. São mais de R$ 5 milhões em
propina.
A ação já havia sido aberta pelo Supremo Tribunal
Federal em junho. O processo foi remetido para a primeira instância em
Curitiba, pois Cunha perdeu foro privilegiado desde que foi cassado pela
Câmara, por 450 votos a 10, no dia 12 de setembro. Com isso, o Supremo
remeteu esta ação contra o peemedebista para a Justiça Federal em
Curitiba, sede da Lava Jato.
Cunha também chamou como
testemunhas o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor
Cerveró, os ex-ministros Henrique Alves (Turismo/Governo Michel Temer),
Mauro Lopes (Aviação Civil/Governo Dilma), o ex-deputado João Paulo
Cunha (PT), o pecuarista José Carlos Bumlai (amigo de Lula), o
economista Felipe Diniz, filho do ex-líder do PMDB na Câmara Fernando
Diniz, morto em 2009, o vice-governador de Minas Gerais Antônio
Eustáquio Andrade Ferreira (PMDB), os deputados Leonardo Quintão
(PMDB-MG), Saraiva Felipe (PMDB-MG), o deputado estadual João Magalhães
(PMDB-MG), Nelson Tadeu Filipelli (PMDB-DF), o ex-gerente da área
Internacional Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos, o ex-senador Delcídio
Amaral (ex-PT), o professor de Direito José Tadeu de Chiara, o lobista
Hamylton Padilha, o ex-funcionário da Petrobras Sócrates José Fernandes
Marques da Silva e funcionários do Banco Merril Lynch.
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