A bancada evangélica reflete um novo debate político
No decorrer da matéria você verá os evangélicos eleitos para vereador em Petrolina
Escrevi, Marcelo Damasceno.
É repórter político
É repórter político
VEREADOR ELEITO OSINALDO SOUZA |
VEREADOR ELEITO ALEX DE JESUS |
Em meados dos anos 1960 na discretíssima Rua Souza Junior em Petrolina,
"os crentes" não lotariam uma VAN alternativa. Eram nesta novidade na
cidade a ensaiar forte economia industrial. Num imóvel alugado e
dirigido por seu primeiro presbítero com ação pastoral, irmão Odilon, a
igreja Assembléia de Deus. A intolerância religiosa de setores católicos
mais ortodoxos, reforçava o preconceito com pedradas e o estigma que
esse diminuto povo pentecostal pelo volume da oração e cultos, eram os
"bodes" incômodos.
Do outro lado, simultaneamente a contida e
tradicional igreja Batista integrava-se à rotina petrolinense. A avenida
Souza Filho exibia a simplicidade dum belo templo protestante. A mesma
doutrina neotestamentária sob paradigmas de interpretação e cultura,
diferentes.
Triunfava uma fé multiplicada porta a porta do
causticante sol dominical. Rejeitados mas insistentes e pacíficos,
assembleianos e batistas em seu evangelismo com rigores das epístolas do
apóstolo judeu, Paulo de Tarso. Evangelho dissonante e que atraía
vagarosamente os primeiros evangélicos numa PETROLINA ondr predominava o
catolicismo de vínculo histórico com seu primeiro Bispo Dom Malan. A
cidade registrava explosão demográfica. Essa insistência evangélica
pautava outra pregação, imune e avessa à discussão e organicidade
político-partidária.
VEREADOR ELEITO ELIAS JARDIM |
A bíblia e oração proganizaram nos púlpitos
esse tempo todo. Algum convidado político, um governante presente ao
culto batista ou pentecostal aboletava-se entre membros. E certa
suspeição que era uma presença com fins eleitoreiros.
O tempo
passou e o novo milênio religioso mudou o comportamento dos católicos e
evangélicos em Petrolina. Competitivos e pragmáticos em congressos e
seminários, esses "crentes" viraram milhares. Hoje, certamente chegam a
um porcentual expressivo entre 300 mil habitantes da sertaneja
Petrolina. A vocação política é ainda tratada com restrição entre os
evangélicos mais desapegados e conformados com a orientação
sapientíssima de Jesus Cristo, "simples como a pomba e prudentes como a
serpente", resignam-se.
Mas com a nacional constituinte em 1988 num
Brasil de hegemonia católica, os evangélicos foram combinando
corporativismo com espaço e competição cristã. Destacavam direitos que
não poderiam sucumbir a quaisquer interesses de ordem social ou
econômica.
Petrolina estava com seus agora numerosos evangélicos. Trinta anos atrás a igreja universal do Reino de Deus instalava seu batalhão em três pilares atrativos de debate.
Petrolina estava com seus agora numerosos evangélicos. Trinta anos atrás a igreja universal do Reino de Deus instalava seu batalhão em três pilares atrativos de debate.
As seitas africanas
embaladas do candomblé, o catolicismo romano e ordem paulina. O Bispo
Macedo em ousada radiodifusão e depois comprando a rede Record de TV. A
bíblia como referência, essa terceira via evangélica hoje mantém
expressivas bancadas em casas legislativas. Certamente, os evangélicos
nesta primavera calorenta de 2016, não escondem o contentamento pelo foi
revelado nas urnas. A eleição de PETROLINA e as urnas eletrônicas
garantiram a representação desse contingente evangélico e com luz
própria.
Da Assembléia de Deus, os cerrados eleitos Elias Passos Jardim e Osinaldo Souza
abrem a caixa de textos bíblicos. A igreja Batista reafirma sua
silenciosa mas engajada contribuição refazendo a caminhada do expediente
vereador Ruy Wanderley.
A força persistente da IURD surpreende com articulada campanha e
eleição do pastor Alex de Jesus. Uma bancada com outro olhar do eleitor
petrolinense.
O zeloso e o barulhento povo da pregação que progride
geometricamente. Quase 38 por cento da população em Petrolina são da fé
evangélica conforme o viés praiano do evangelho onde tudo começou. Entre
os rudes pescadores, Pedro, João e Thiago. de peixes que Jesus
convocara para nova pesca. A grande pesca de homens e mulheres para
colorir e cantar um novo Reino "que não é deste mundo", como disse o
mestre de Nazareth.
P/ Sr. CARIRI
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