sábado, 29 de outubro de 2016

Quase 38 por cento da população em Petrolina são da fé evangélica

A bancada evangélica reflete um novo debate político
No decorrer da matéria você verá os  evangélicos eleitos para vereador em Petrolina

Escrevi, Marcelo Damasceno.
É repórter político

VEREADOR ELEITO OSINALDO SOUZA
VEREADOR ELEITO ALEX DE JESUS
Em meados dos anos 1960 na discretíssima Rua Souza Junior em Petrolina, "os crentes" não lotariam uma VAN alternativa. Eram nesta novidade na cidade a ensaiar forte economia industrial. Num imóvel alugado e dirigido por seu primeiro presbítero com ação pastoral, irmão Odilon, a igreja Assembléia de Deus. A intolerância religiosa de setores católicos mais ortodoxos, reforçava o preconceito com pedradas e o estigma que esse diminuto povo pentecostal pelo volume da oração e cultos, eram os "bodes" incômodos.


Do outro lado, simultaneamente a contida e tradicional igreja Batista integrava-se à rotina petrolinense. A avenida Souza Filho exibia a simplicidade dum belo templo protestante. A mesma doutrina neotestamentária sob paradigmas de interpretação e cultura, diferentes.

Triunfava uma fé multiplicada porta a porta do causticante sol dominical. Rejeitados mas insistentes e pacíficos, assembleianos e batistas em seu evangelismo com rigores das epístolas do apóstolo judeu, Paulo de Tarso. Evangelho dissonante e que atraía vagarosamente os primeiros evangélicos numa PETROLINA ondr predominava o catolicismo de vínculo histórico com seu primeiro Bispo Dom Malan. A cidade registrava explosão demográfica. Essa insistência evangélica pautava outra pregação, imune e avessa à discussão e organicidade político-partidária.

VEREADOR ELEITO ELIAS JARDIM
A bíblia e oração proganizaram nos púlpitos esse tempo todo. Algum convidado político, um governante presente ao culto batista ou pentecostal aboletava-se entre membros. E certa suspeição que era uma presença com fins eleitoreiros.
O tempo passou e o novo milênio religioso mudou o comportamento dos católicos e evangélicos em Petrolina. Competitivos e pragmáticos em congressos e seminários, esses "crentes" viraram milhares. Hoje, certamente chegam a um porcentual expressivo entre 300 mil habitantes da sertaneja Petrolina. A vocação política é ainda tratada com restrição entre os evangélicos mais desapegados e conformados com a orientação sapientíssima de Jesus Cristo, "simples como a pomba e prudentes como a serpente", resignam-se. 

Mas com a nacional constituinte em 1988 num Brasil de hegemonia católica, os evangélicos foram combinando corporativismo com espaço e competição cristã. Destacavam direitos que não poderiam sucumbir a quaisquer interesses de ordem social ou econômica.
Petrolina estava com seus agora numerosos evangélicos. Trinta anos atrás a igreja universal do Reino de Deus instalava seu batalhão em três pilares atrativos de debate. 

As seitas africanas embaladas do candomblé, o catolicismo romano e ordem paulina. O Bispo Macedo em ousada radiodifusão e depois comprando a rede Record de TV. A bíblia como referência, essa terceira via evangélica hoje mantém expressivas bancadas em casas legislativas. Certamente, os evangélicos nesta primavera calorenta de 2016, não escondem o contentamento pelo foi revelado nas urnas. A eleição de PETROLINA e as urnas eletrônicas garantiram a representação desse contingente evangélico e com luz própria.

Da Assembléia de Deus, os cerrados eleitos Elias Passos Jardim e Osinaldo Souza abrem a caixa de textos bíblicos. A igreja Batista reafirma sua silenciosa mas engajada contribuição refazendo a caminhada do expediente vereador Ruy Wanderley. A força persistente da IURD surpreende com articulada campanha e eleição do pastor Alex de Jesus. Uma bancada com outro olhar do eleitor petrolinense. 

O zeloso e o barulhento povo da pregação que progride geometricamente. Quase 38 por cento da população em Petrolina são da fé evangélica conforme o viés praiano do evangelho onde tudo começou. Entre os rudes pescadores, Pedro, João e Thiago. de peixes que Jesus convocara para nova pesca. A grande pesca de homens e mulheres para colorir e cantar um novo Reino "que não é deste mundo", como disse o mestre de Nazareth.

P/  Sr. CARIRI

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