Órgãos de controle externo se unem contra desmonte em prefeituras
Ministério Público Estadual, TCE, Procuradorias Regional Federal e do Trabalho advertem prefeitos em fim de mandato
Diante do festival de demissões e desmonte de serviços públicos em diferentes municípios pernambucanos, representantes de cinco órgãos de controle externo do poder executivo assinaram uma recomendação conjunta a todos os prefeitos que estão em fim de mandato para que obedeçam as regras de transição. A desobediência vai gerar ações penais e de improbidade administrativa, advertem o Tribunal de Contas do Estado, o Ministério Público de Contas, a Procuradoria Regional da República, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público do Trabalho.
O documento foi formulado na última quinta-feira. Na próxima segunda
(17/10), o procurador-geral de Justiça Carlos Guerra de Holanda, vai se
reunir às 10h, com representantes desses mesmos órgãos e de outras
entidades que compõem o Fórum de Combate a Corrupção. Também participará
do encontro, na sede do Ministério Público Estadual, na Rua do
Imperador II, membros do Conselho Regional de Medicina (Cremepe). É que o
desmonte tem afetado principalmente o Sistema Único de Saúde (SUS), com
demissão de médicos e de outros profissionais.
A união de forças, segundo o Ministério Público Estadual, é preservar
serviços essenciais e evitar desmandos que podem prejudicar os futuros
prefeitos. Na lista de problemas a serem combatidos, segundo o promotor
Maviael Souza, do Centro de Apoio às Promotorias do Patrimônio Público,
estão a destruição de acervo documental (contábil e processos de
licitações), suspensão da assistência à saúde, educação, coleta de lixo,
além da demissão e atraso de pagamento de salários.
Prefeitos em fim de mandato têm que prestar contas e evitar despesas extras
O Tribunal de Contas do Estado esclarece que é obrigação dos atuais
prefeitos prestar contas de todos os convênios e contratos celebrados
com os governos estadual e municipal, assim como disponibilizar ao
sucessor os convênios que vencerão após 31 de dezembro. O gestores em
fim de mandato também não devem assumir despesa que não possa ser paga
no presente exercício. Às equipes de transição, devem ser repassadas
ainda todas as informações de interesse público, principalmente as que
dizem respeito à receita, despesa, licitações, contratos, extratos
bancários e folha de pessoal. O TCE lançou uma cartilha (Manual de
Encerramento e Transição de Mandato Municipal), que está disponível no
seu site.
Em uma semana, um prefeito já foi afastado – o de Ribeirão, Romeu
Jacobina –, acusado de improbidade administrativa, e vários outros estão
sob investigação. Há denúncias sobre demissões, desmonte de serviços e
atraso de pagamento em Goiana, São Lourenço e Petrolina. Além desses,
nove prefeitos foram alertados sobre cumprimento da Lei de
Responsabilidade Fiscal e dois, de Tabira e Solidão, advertidos quanto a
nepotismo. Nessas duas cidades, as Câmaras de Vereadores também
receberam a mesma recomendação.
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