Os ministros Gilson Machado Neto (Turismo) e Marcelo Queiroga (Saúde) resolveram fazer uma visita ao Agreste de Pernambuco no fim de semana passado. Não se imagina que dois ministros se deslocariam de suas bases, com uma comitiva, para visitar uma localidade em crise, sob risco de falta de oxigênio, sem trazer alguma solução prática. Mas, o próprio ministro da Saúde, em entrevista a uma emissora local, admitiu que estava ali apenas para "levar solidariedade". A maior solidariedade que alguém pode prestar ao sedento é um copo com água. Tapinha nas costas serve para nada. O máximo a que se chegou na visita foi à promessa do "em breve". Os dois, junto com deputados, secretários e vereadores da região, chegaram a posar para fotos segurando concentradores de oxigênio. O detalhe é que o equipamento fora enviado pelo governo do Estado, dias antes. Não é do governo Federal e, muito menos, foi levado pelos ministros. Fotos, foram feitas muitas. Conversas, foram muitas. Resultado, nenhum. O roteiro, ao longo de várias cidades, teria servido muito mais para tentar mostrar uma influência do ministro do Turismo, que é pernambucano, do que para resolver algo. Gilson Machado é apontado como possível candidato de Bolsonaro para o governo do Estado ou para o senado.
Ajuda se, no próximo voo ministerial, vier o que importa para quem está internado. Solidariedade pode ser enviada por telefone. E ainda se economiza para gastar com a crise.
O que vem depois do "livre arbítrio"
Ontem, o secretário de Defesa Social foi à Alepe e culpou o "livre arbítrio" de alguém que estava no comando pelos ataques da PM contra manifestantes no sábado. Como a explicação não convenceu ninguém, à noite o comandante da PM caiu. Há informação de que outros comandantes de batalhões que estavam no evento cairão hoje.
Finalmente, firmeza e assertividade
Após o anúncio sobre o comandante da PM, Paulo Câmara (PSB) fez um pronunciamento. Demorou mais de 72h, mas finalmente foi firme e direto.
A bronca foi clara e direta
O governador se referiu à PM dizendo que ela não é "uma polícia que atira no rosto das pessoas e impede que elas sejam socorridas".
Governo Federal ainda não entregou
Na rede social, Gilson Machado Neto postou a foto com o concentrador de oxigênio e publicou a seguinte legenda: "Ao lado do ministro Marcelo Queiroga, estou em Santa Cruz do Capibaribe para fazer mais uma entrega de respiradores enviados pelo presidente Jair Bolsonaro para o povo do Agreste pernambucano". Mas, é claro que foi, como disse o prefeito, um "mal entendido".
Fala muito
A médica Nise Yamaguchi negou tudo o que podia negar em relação ao "Gabinete Paralelo" do ministério da Saúde e a sua influência sobre as decisões do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra vacina e a favor da Hidroxicloroquina, mas se traiu por falar demais.
Falou demais
Por fazer questão de pormenorizar tudo, entrou em contradição e até admitiu episódios em que o tal gabinete teria se reunido. Tanto que um integrante da "tropa de choque" do governo interrompeu: "A senhora seja mais sucinta pra não ir além do que foi perguntado", disse o senador.
Equipamentos enviados pelo Estado
A foto com os ministros segurando um concentrador de oxigênio do governo do Estado, como se fosse algo que eles estivessem entregando, foi classificada pelo prefeito do município em que ela foi feita como "mal entendido". Disse o gestor de Santa Cruz do Capibaribe, Fábio Aragão (PP), que não houve "má intenção" na imagem feita. O Instagram do ministro diz o contrário.
Fonte - JC
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