Presidente voltou a afirmar que não vai mudar seu estilo de dar declarações polêmicas. 'Já sabiam que eu era assim'
Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante visita à Usina Flutuante Fotovoltaica, em Sobrabinho |
RIO - O presidente Jair Bolsonaromanteve o tom crítico contra políticos do Nordeste e afirmou que os governadores da região querem dividir o país, enquanto ele trabalha para unir. Ele acusou o PT de lançar a divisão entre os brasileiros. Ao visitar uma cidade da Bahia em menos de um mês, Bolsonaro disse, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", que não quis usar de forma pejorativa o termo "paraíba" para se referir ao governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), mas defendeu que o governo federal não devia dar "nada" a ele.
- A maioria dos nove governadores do Nordeste quer começar a implementar a divisão do Nordeste contra o resto do Brasil - disse durante visita à cidade de Sobradinho (BA), nesta segunda-feira, onde inaugurou a primeira etapa da usina de geração flutuante.
Ele reafirmou sua declaração dada ao GLOBO na semana passada de que vai manter seu estilo de campanha com falas polêmicas, porém, pretende ser um pouco "mais polido".
- Paciência. Já sabiam que eu era assim. A gente procura se polir um pouco mais, mas acontece - afirmou.
Ainda sobre suas declarações, Bolsonaro afirmou que vai continuar o mesmo da campanha.
- Não há diferença do que eu pensava na campanha e do que eu penso agora. Eu quero implementar o que eu falei em campanha. Pela primeira vez na história do Brasil um presidente está buscando honrar aquilo que prometeu durante a campanha - disse.
Na semana retrasada, em meio às polêmicas sobre a "paternidade" do Aeroporto Glauber Rocha e a repercussão de seu comentário sobre o Nordeste, Bolsonaro inaugurou as instalações do terminal em Vitória da Conquista, na Bahia, ainda com obras inacabadas. Cercado de expectativas, o evento foi antecedido pelo episódio em que ele chamou governadores da região de "paraíbas" e também pela recusa do governador Rui Costa (PT-BA) em marcar presença.
A respeito das duas viagens à Bahia em um curto espaço de tempo, Bolsonaro ressaltou que as obras inauguradas não pertencem ao governo dele, mas sim "ao povo brasileiro"
- Essa obra (usina de Sobradinho) efetivamente começou a andar no governo do (ex-presidente) Michel Temer. Então, não é obra minha, para não achar que estou querendo pegar obra de ninguém. Agora, também, a obra é feita com dinheiro público. Não tem pai da criança. Todo o povo brasileiro é que é pai da criança. Estou rodando o Brasil todo, para mostrar, ter espaço, junto à imprensa e dizer que nossa união pode realmente fazer um Brasil melhor.
Sobre as críticas à provável nomeação de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, para embaixador nos Estados Unidos, Bolsonaro disse considerar já ter o aval do presidente Donald Trump, mas lembrou que ainda falta a aprovação do Senado.
- Num primeiro momento, por ser filho meu, foi bombardeado. O (Donald) Trump mesmo, semana passada, falou que acompanha meu trabalho, me chamou de “Trump dos Trópicos”. E citou meu filho Eduardo Bolsonaro como uma pessoa que ele conhece. E quer melhor referência do que essa? Impossível? Agora, obviamente passa pelo Senado, por comissão no Senado.
Amazônia e ataque de hackers
Na polêmica envolvendo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre o aumento de 40% no desmatamento da região da Amazônia, Bolsonaro afirma ver interesse de institutos na divulgação dos dados.
- A esquerda usa as minorias para atingir seu objetivo. Ela pega as minorias e usa. Procura um afrodescendente com a cabeça no lugar. Por que ele foi beneficiado com as políticas de cotas do passado? Benefício nenhum, zero. A questão das comunidades indígenas, a mesma coisa. Usam o índio, usam o negro, usam a comunidade LGBT para atingir seus objetivos. Usam o povo do Nordeste muitas vezes.
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