O novo valor é de 1.917,78 reais e começa a valer a partir deste mês
Cid Gomes, novo ministro da Educação
O Ministério da Educação (MEC) divulgou na noite desta terça-feira o
novo piso salarial dos professores. O valor é de 1.917,78 reais e
representa um aumento de 13,01% em relação ao piso anterior (1.697,39
reais). O salário inicial para os docentes da rede pública de ensino
leva em conta a jornada de 40 horas de trabalho semanais.
Em nota, o MEC informa que o aumento será dado de acordo com a Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008.
"Conforme a legislação vigente, a correção do piso reflete a variação
ocorrida no valor anual mínimo por aluno definido nacionalmente pelo
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb)."
A decisão de divulgar o novo piso ocorreu depois de o ministro Cid
Gomes se reunir com representantes do Conselho Nacional de Secretários
de Educação (Consed), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação (Undime) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Educação (CNTE).
O piso salarial passou de R$ 950, em 2009, para R$ 1.024,67, em
2010, e R$ 1.187,14, em 2011. Em 2012, o valor vigente era R$ 1.451; em
2013 passou para R$ 1.567; e, em 2014, foi reajustado para R$ 1.697,39. O
maior reajuste foi 22,22%, em 2012.
Impacto nas cidades — A
Confederação Nacional dos Municípios (CNM) reclama do critério para o
cálculo do piso. Em nota, a entidade compara o reajuste acumulado entre 2010
e 2014 no piso do magistério (78,63%) com a correção do salário mínimo
(55,69%) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC, (31,78%)
no mesmo período.
Segundo o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, o novo piso resultará
em um aumento de cerca de 7 bilhões de reais nos gastos dos municípios
brasileiros. Assim como a entidade, especialistas em educação ressaltam
que o reajuste federal viola a autonomia dos municípios e provoca
impacto significativo nas contas públicas locais.
"Em um grande número de municípios
brasileiros, a folha de pagamento dos docentes consome de 80% a 90% do
orçamento para a educação. E como o reajuste afeta também o salário dos
professores aposentados, as despesas decorrentes do aumento podem ser o
dobro do que se calcula", diz João Batista Araujo e Oliveira, presidente
do Instituto Alfa Beto. Com uma folha de pagamento tão alta, faltam
recursos para quaisquer outros investimentos na área.
Segundo o especialista, essa fórmula
de aumento do piso também já mostrou ser ineficaz para promover a
melhora do ensino. "Pode parecer mesquinho falar contra o aumento, mas
só se perdermos de vista que o objetivo primordial do sistema de ensino é
formar as crianças e os jovens. E para esse objetivo, que ainda nos
escapa no Brasil, seria melhor criar planos de carreira e premiar os
professores conforme eles se destacam, evoluem, se mostram
mais preparados. O aumento geral do piso não se reflete no desempenho dos alunos", diz.
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