quarta-feira, 29 de maio de 2019

Arboviroses: SES debate situação epidemiológica e casos neurológicos

Notificações de dengue, chikungunya e zika aumentaram em relação ao ano de 2018


O ano de 2019 tem apresentando um aumento das notificações das arboviroses em Pernambuco. Até o dia 25 de maio, cresceu em 68,4% os casos notificados de dengue, 73,2% os de chikungunya e 158,1% os de zika. Para frear a situação, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) tem focado na capacitação dos agentes de endemias, responsáveis pelas visitas domiciliares, e também dos profissionais de saúde que atendem a população. Nesta quarta-feira (29.05), na sede do órgão, no Bongi, o Programa Estadual de Controle das Arboviroses reuniu profissionais da rede de urgência e emergência para apresentar a situação epidemiológica das arboviroses. Já a neurologista Lúcia Brito, do Hospital da Restauração (HR), abordou as manifestações neurológicas provocadas pelas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

“Estamos notando um aumento das ocorrências no sertão, área que não foi tão afetada nas epidemias anteriores. Também chama a atenção os casos em crianças, público que não foi exposto ao vírus e acaba sendo mais propenso ao adoecimento. Estamos constantemente informando a situação do Estado e mobilizando a população para fazer sua parte nas ações de prevenção ao mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. Além disso, estamos realizando uma série de capacitações para que os profissionais de saúde saibam o manejo clínico correto dos pacientes, inclusive em casos e manifestações neurológicas”, pontua a gerente do Programa Estadual de Controle das Arboviroses, Claudenice Pontes.

Neste ano, já foram realizadas duas capacitações sobre manejo clínico do paciente com arboviroses, focando, principalmente, na assistência às crianças e aos idosos. Ao todo, cerca de 450 médicos e enfermeiros de todas as 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres) participaram. Um dos cursos foi realizado em Salgueiro, região com o maior aumento de notificações.

“Estamos acompanhando de perto os dados de todas as regiões pernambucanas. Apesar de não estarmos em epidemia, temos algumas áreas em situação epidêmica. Por isso, mantemos o diálogo com os gestores municipais e prestamos apoio técnico para melhorar as ações de campo”, afirma Claudenice Pontes. “Mesmo assim, precisamos do empenho de toda a população. Qualquer ambiente com água parada pode se transformar em criadouro para o Aedes aegypti, até mesmo uma pequena tampa de garrafa. Precisamos ficar atentos na nossa casa e no seu entorno para evitar que o mosquito possa se proliferar”, reforça a gerente.

TECNOLOGIA – A partir deste ano, os agentes de endemias dos municípios pernambucanos, responsáveis pelas visitas domiciliares para detecção, tratamento e eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti, ganham um novo aliado para a rotina de trabalho. Trata-se do aplicativo e-visit@PE, desenvolvido e cedido à Secretaria Estadual de Pernambuco (SES-PE) pela Secretaria Estadual do Mato Grosso do Sul. A tecnologia permite o envio das informações das visitas em tempo real, agilizando e otimizando a consolidação dos dados e a tomada de decisões pelos gestores municipais e estadual. 

Até o momento, seis municípios do Agreste (Pesqueira, Sanharó, Alagoinha, Ibirajuba, Poção e Jurema) e sete do Sertão (Belém do São Francisco, Cedro, Mirandiba, Salgueiro, Serrita, Terra Nova, Verdejante) já estão fazendo uso da tecnologia. Para isso, foram entregues cerca de 150 aparelhos celulares com acesso à internet para uso pelos agentes. A expectativa é que, até o final do ano, todos os municípios pernambucanos estejam usando o aplicativo. 

DADOS - Pernambuco notificou, até 25.05, 20.402 casos suspeitos de dengue (3.667 confirmados), 2.914 de chikungunya (137 confirmados) e 1.381 de zika (35 confirmações). Em relação à análise da presença de larvas nos imóveis, o 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegpyti (LIRAa), realizado de 6 a 10 de maio, apontou que 149 municípios pernambucanos estão em situação de risco elevada para transmissão, sendo 68 em situação de risco de surto e 81 em situação de alerta. Até o momento, 19 municípios estão em situação satisfatória para transmissão e outros 16 ainda não enviaram as informações para a Secretaria Estadual de Saúde.

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