sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

José Condé: em outubro, ele estaria completando 100 anos

Um original Edson Tavares

2017 é um ano muito importante para os leitores e estudiosos do grande escritor caruaruense José Condé: em outubro, ele estaria completando 100 anos. Eventos vários estão sendo programados pelo Instituto Histórico de Caruaru, através de seu Núcleo de Ciências e Letras: lançamento de livros sobre Condé, livros de Condé, palestras, mesas redondas, a 2ª edição do Concurso de Contos Retalhos de Caruaru... A cidade vai “respirar” Condé com mais intensidade neste emblemático ano.

José Ferreira Condé nasceu no dia 22 de outubro de 1917, na hoje Rua Mestre Pedro, centro de Caruaru. Era filho do comerciante de algodão João José da Silva Limeira, conhecido como João Condé, e de Anna Ferreira Condé, e tinha dois irmãos: João Condé Filho e Elysio Condé. Com a morte precoce do pai, em outubro de 1929, a família se mudou para o Rio de Janeiro; José, então com 12 anos, passou a estudar como aluno interno do Colégio Plínio Leite, de Petrópolis. Depois, prestou vestibular de Direito, concluindo o curso, mas seguindo a carreira de jornalista, para a qual se sentia vocacionado. 

Em 1949, fundou, com os irmãos, o Jornal de Letras, que, por mais de quatro décadas, divulgou a literatura e as artes em geral, com circulação nacional e internacional. Antes, em 1945, Condé já publicara seu primeiro livro, “Caminhos na Sombra”; depois desse, foram mais onze, entre romances, contos e novelas, dos quais o mais conhecido é “Terra de Caruaru”, publicado em 1960.

Condé foi casado com Maria Anália Farias, com quem teve três filhos: Maria Regina, Fernando Antonio (falecidos) e Vera Condé. Separado, passou a viver com a também escritora Maria Luíza Cavalcanti, que o acompanhou até a prematura morte, algumas semanas depois de completar 54 anos, em novembro de 1971, vítima de cirrose hepática.

Tanto como jornalista quanto como escritor, Condé foi um intenso divulgador de Caruaru. Manteve por quase duas décadas a coluna “Escritores e Livros”, no jornal carioca “Correio da Manhã”; suas histórias quase sempre tinham referências de sua terra natal; além disso, promovia eventos em que se destacavam artistas de Caruaru, como quando recepcionou o Mestre Vitalino no Rio de Janeiro, ou promoveu a “Caravana Condé”, um conjunto de escritores e artistas que estiveram Caruaru por ocasião do centenário da cidade, em 1957.

Muito se tem a dizer sobre esse grande caruaruense, tão pouco conhecido em sua terra natal, e quase nunca lido. Este ano teremos a oportunidade de tornar José Condé mais familiar a sua gente, a seu povo, à Caruaru que ele tanto amou. Como ele mesmo escreveu, “Caruaru está dentro de mim e corre em minhas veias, diluída em ternura”

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