"É
uma tragédia para a cultura", diz diretor de Museu Nacional, Paulo Knauss,
diante das imagens das instalações em chamas. "Precisamos tomar uma atitude no Brasil
em relação ao nosso patrimônio histórico e que não é possível mais a gente
continuar tratando os nossos bens culturais do jeito que vem sendo
tratado". Completou Paulo.
Ele destacou que o
museu, assim como o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, pegou fogo
fechado, o que para ele demonstra que é preciso cuidar da manutenção dessas
instituições tão importantes para história.
A afirmação é uma
crítica direta aos cortes de verbas constantes no orçamento da cultura e da
educação. Nas redes sociais, diversas lideranças políticas, intelectuais e
artísticas foram unânimes em apontar a Emenda 95 de Michel Temer, do teto de
gastos que congela os investimentos públicos por 20 anos, como uma das causas
diretas desses cortes que resultaram na tragédia deste domingo.
Há tempos, a
direção do museu denuncia que os cortes têm causado a precarização das
instalações, colocando em risco o acervo de mais de 20 milhões de peças.
O primeiro museu do
país, instalado num palácio imperial na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio,
completou 200 anos. Criado por D. João 6º em 1818, como Museu Real — e em outro
local —, o maior museu de história natural e antropológica da América Latina
está subordinado desde 1946 à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Com os seguidos
cortes no orçamento da instituição, o Museu Nacional não recebe integralmente, desde
2014, a verba de R$ 520 mil anuais que bancam sua manutenção. Em 2016, esse
orçamento caiu para R$ 415 mil, em 2017 foi para R$ 346. E até abril de 2018, o
museu recebeu apenas R$ 54 mil.
A deputada federal
Jandira Feghali (PCdoB-RJ) denunciou que a UFRJ “padece sem recursos tem muito
tempo graças à política de desmonte das nossas universidades públicas pelo
desgoverno Temer”.
A filosofa e
escritora Djamila Ribeiro afirmou que o incêndio no Museu Nacional “é uma tragédia
anunciada”. “Cortes de verbas, problemas nas instalações elétricas,
funcionários que precisaram organizar vaquinhas. Resultado do descaso e omissão
do Estado. Triste do país que não sabe preservar o passado. Perdemos todos”,
disse ela.
A professora e
candidata ao governo do Rio de Janeiro, Marcia Tiburi afirmou que a tragédia “é
efeito do descaso e do desrespeito que a cultura e a ciência vivem em nosso
país”.
“Um país que
congela investimentos em educação e cultura por vinte anos – obra do governo golpista
de Michel Temer – deseja que as instituições faleçam e que o povo se torne cada
vez mais ignorante. Lastimo essa catástrofe, sinto pelo povo do Rio que tem
relação também afetiva com o Palácio da Família Real, mas lamento sobretudo que
as futuras gerações não venham a conhecer o riquíssimo acervo destruído nessa
noite”, destacou.
Do Portal Vermelho
P/ Sr. CARIRI
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