O Blog Sr. Cariri, após publicar matéria intitulada - Do lazer ao abandono: Caíque mantém diálogos para revitalizar o Clube da Chesf, recebeu do engenheiro chesfiano, Sérgio Roberto Barros de Deus e Melo conhecido em Angelim como Sérgio de Deus - considerações, tais como: "Não podemos perder esse patrimônio, que tem história e precisa ser revitalizado".
Hoje recebemos de Francisco Marinho dos Santos - Encarregado chesfiano, conhecido por Chico Marinho, um histórico de fatos que nos levam a refletir o quanto é ainda importante o Clube da Chesf em qualquer época.
Nas últimas décadas do século passado, a cidade de Angelim viveu momentos de intensa convivência e alegria no Clube da Chesf, construído no final dos anos 1970.
Um espaço que nasceu da união dos funcionários da companhia, mas que rapidamente se transformou em ponto de encontro da comunidade.
A estrutura foi erguida aos poucos, acompanhando o espírito de coletividade.
Primeiro veio o campo de futebol, depois a quadra poliesportiva, a piscina e, por fim, o salão de jogos, onde sinuca e tênis de mesa animavam crianças, jovens e adultos. Não eram apenas instalações esportivas: eram cenários de histórias, amizades e celebrações.
O Clube da Chesf abrigou de tudo um pouco. Confraternizações de funcionários e familiares, festivais de chope, campeonatos de futebol, sinuca, atletismo e tênis de mesa. As atividades não se restringiam aos adultos: crianças e adolescentes também encontravam ali um espaço saudável para o esporte e a convivência.
Durante o São João, a tradição ganhava vida com as apresentações de quadrilhas, embaladas pelo calor humano que unia os moradores.
Angelim sempre contou com o Clube ARA, que oferecia bailes, serestas e carnavais. Mas o Clube da Chesf foi além: trouxe uma dimensão esportiva e recreativa que fortaleceu ainda mais os laços sociais. Era o retrato de uma cidade que respirava cultura, lazer e amizade.
Eu, Marinho, tive o privilégio de administrar esse espaço durante parte significativa da minha vida. Em 1988, mudei-me para o Recife com minha esposa, Resilda, e nossos filhos, que iniciavam os estudos na Universidade. Mesmo distante, sempre levei comigo as lembranças desse lugar que marcou gerações.
No entanto, ao retornar a Angelim em dezembro de 2024, senti profunda tristeza ao ver o antigo e saudoso Clube da Chesf em estado de abandono. Ao lado de meu filho Múcio e de Resilda, partilhei a dor de presenciar o descaso com um espaço tão carregado de memória.
Mas nem tudo se perdeu. Hoje, renasce a esperança. A iniciativa do prefeito Caique em construir um moderno parque no espaço onde funcionava o Clube da Chesf reacende em nós a certeza de que é possível reconstruir não apenas a estrutura física, mas também a memória afetiva de toda a comunidade.
Esse novo parque não será apenas um espaço de lazer contemporâneo, mas também um símbolo de continuidade e respeito à história de Angelim. Significa devolver à cidade um ambiente de integração e convivência, resgatando as lembranças que marcaram gerações e abrindo caminho para que novas histórias sejam vividas ali.
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