quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Os barraquinhos assassinos em zinco e espumas inflamáveis


POR Marcelo Damasceno
A glória centenária do CLUBE DE REGATAS FLAMENGO com a maior torcida, na verdade uma nação que reúne todas as estatísticas e antropologia adicionando sociologia em uma gente incomum. Um fenômeno de vendas e multiplicação de títulos e torcida anestesiada por tantas histórias do futebol comum que nasce na favela e se vira nos condomínios ricos. Vira placar e programas esportivos. Enche os cofres de offshores e paraísos fiscais. Esvazia a nação que paga ingresso caro.

O FLAMENGO insaciável e inesgotável dos campos em gramados do mundo. Em Petrolina ou Tóquio que bem viram o CLUBE DE REGATAS FLAMENGO aos melhores títulos e exibições estelares. Desde Domingos da Guia a Zico, acrescentando milhares de jogos e exaltando o magnífico estádio do Maracanã. Súmulas e museus com uma constelação de troféus e placas a homologar as conquistas e a história em preto e vermelho. A antítese ao escudo e marca FLAMENGO. 

A constituição própria e popular com um hino plenamente peculiar às confissões e juramento que começa "UMA VEZ" e confirma "SEMPRE FLAMENGO" e termina "ATÉ MORRER". Porque antes de tudo tem o parágrafo único; "VENCER, VENCER, VENCER", na mais compelida inscrição que torna sua gente "desdentada" ou com pescoço emoldurado de "prata e ouro". Num desenho soberbo de grandeza em vitrinas de luxo e voa na irreverência de um urubu. A URUBUZADA, traduzida em milhares de gols e voltas olímpicas alinhadas num manto supremo de vermelho muito preto.

Da gávea ao Ninho do Urubu, os afetos externando em grito ou pranto, juntado títulos e lembranças que enumeram torcedores em cada vírgula ou ponto desse Brasil de tamanho incomum, distribuído em sotaques que explicam uma etnia formatada em muitas culturas e línguas miscigenadas. FLAMENGO. 

Os patrocínios cobiçam sua marca onipresente e seu povo em progressão geométrica. FLAMENGO é uma 'conta' que vende e produz lucros políticos e económicos em quaisquer circunstâncias. A duplicidade que se exibe num estádio abarrotado de flamenguistas, seja de 1895 a 2019, sua soma explicável de cifrões nos escritórios hermeticamente fechados de cartolas e empresários plangentes, bem intencionados ou não em seus lacônicos semblantes do lucro soberbo e meticulosa boçalidade entre uma descoberta e outra de meninos bons de bola medidos em um cambio internacional convertidos dessas realidades "debaixo da arquibancada de cimento e esquecimento", adicionada ao mau dirigente que engana o "olheiro" que seduz a casa paterna do "talento bruto de fome e necessidades expostas na chuteira com bico rachado" de promessa. 

Quem sabe aqui a divisão de base sufocada dum barraco de zinco, um "conteiner" suporta a ilusão em aço e espumas escamoteadas e baratas. O glorioso amanhã para estrelas que traduziram cedo o eclipse lunar que fala a língua de paraísos europeus. O sorriso solitário e rico que transforma o beliche acanhado em casas de ouro e riqueza muita. Tudo milimetricamente esperado por uma cartolagem ocupando edifícios à prova de gente livre e saguões endinheirados onde só é possível se observar na conta do 'twitter' mimado ou numa festa rodeada de craques e seus oportunos e falsos amigos, "nem tão bem amigos assim". 

A cortina pobre de um gramado a esvair-se em dor e sol causticante dobra a pobreza da mãe que sonha grande e do treinador às voltas com seu time que não reage e de repente é "assunto das mesas redondas a procurar explicações num menino de tocha incandescente que acaba de ser resgatado debaixo da arquibancada ou como uma fénix, a triunfar desses barraquinhos e barracões desalinhados em fogo e fumaça, interrompendo um título de cidadão de estrela no céu ou cidadão na vala comum da terra.

FOTO.
MENINOS 
DO FLAMENGO ETERNO.

P/Sr. CARIRI

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