IGOR GIELOW
CASO PODE SER PÁ DE CAL PARA O QUE RESTA DE FUTURO PARA O PT
BRASÍLIA - Coube a um lulista, Jaques Wagner, cunhar uma colorida
e condescendente definição para a corrupção na era PT: não acostumada
às benesses do poder, a "companheirada" havia se lambuzado.
O exemplo pode ter vindo do chefe. Após ter radares das mais graúdas
investigações do país sobre si, Lula acaba a semana colecionando
indícios de que se lambuzou no varejo.
A cereja foi revelada na sexta (29): a Odebrecht, empreiteira cujos
milhões pagos a Lula após a Presidência são apurados, reformou segundo
testemunhas ouvidas pela Folha um sítio usado por ele ainda no cargo.
Isso se soma ao imbróglio do já notório tríplex do Guarujá, investigado
por ser suposto objeto de propina e lavagem de dinheiro, sobre o qual o
casal Lula terá de depor.
Soa até venial perto da gravidade de outras suspeitas que batem no nome
de Lula e no de sua família nas operações Lava Jato e Zelotes. Mas não
é. Honestidade é um valor absoluto, apesar de o petista acreditar em
gradações. Se comprovadas, as lambuzadas serão indeléveis, além de serem
de fácil compreensão popular.
Com isso, o mito se esvai. Adaptando Sófocles, só o tempo revela o homem
justo, mas bastam algumas reportagens para desnudar o pérfido. Lula tem
obviamente o benefício da dúvida, mas, se não for inocente, corre o
risco de ver seu séquito reduzido a variantes do agente Mulder, da
rediviva série de TV "Arquivo X" e cujo lema é: "Eu quero acreditar".
Seria a pá de cal no que resta de futuro para o PT, destroçado por
escândalos e pela má gestão –estão aí petrolão, mosquito e recessão para
provar, assim como os paliativos respectivos ofertados por Dilma.
Pode, no limite, refluir a sigla de nicho, só trocando os
universitários/sindicalistas/"intelectuais" de outrora por "hipsters" e
suas agendas autoindulgentes. Na prática, além de tosca
institucionalmente, a ação tucana pedindo a extinção do PT é inócua por
sugerir algo já em curso.
BRASÍLIA - Coube a um lulista, Jaques Wagner, cunhar uma colorida
e condescendente definição para a corrupção na era PT: não acostumada
às benesses do poder, a "companheirada" havia se lambuzado.
O exemplo pode ter vindo do chefe. Após ter radares das mais graúdas
investigações do país sobre si, Lula acaba a semana colecionando
indícios de que se lambuzou no varejo.
A cereja foi revelada na sexta (29): a Odebrecht, empreiteira cujos
milhões pagos a Lula após a Presidência são apurados, reformou segundo
testemunhas ouvidas pela Folha um sítio usado por ele ainda no cargo.
Isso se soma ao imbróglio do já notório tríplex do Guarujá, investigado
por ser suposto objeto de propina e lavagem de dinheiro, sobre o qual o
casal Lula terá de depor.
Soa até venial perto da gravidade de outras suspeitas que batem no nome
de Lula e no de sua família nas operações Lava Jato e Zelotes. Mas não
é. Honestidade é um valor absoluto, apesar de o petista acreditar em
gradações. Se comprovadas, as lambuzadas serão indeléveis, além de serem
de fácil compreensão popular.
Com isso, o mito se esvai. Adaptando Sófocles, só o tempo revela o homem
justo, mas bastam algumas reportagens para desnudar o pérfido. Lula tem
obviamente o benefício da dúvida, mas, se não for inocente, corre o
risco de ver seu séquito reduzido a variantes do agente Mulder, da
rediviva série de TV "Arquivo X" e cujo lema é: "Eu quero acreditar".
Seria a pá de cal no que resta de futuro para o PT, destroçado por
escândalos e pela má gestão –estão aí petrolão, mosquito e recessão para
provar, assim como os paliativos respectivos ofertados por Dilma.
Pode, no limite, refluir a sigla de nicho, só trocando os
universitários/sindicalistas/"intelectuais" de outrora por "hipsters" e
suas agendas autoindulgentes. Na prática, além de tosca
institucionalmente, a ação tucana pedindo a extinção do PT é inócua por
sugerir algo já em curso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário