quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Angelim na rota da Polícia Federal que investiga dez prefeituras do agreste pernambucano por fraude em licitações

Sumaia Villela – Correspondente da Agência Brasil
Como essas investigações vêm sendo feitas desde meados do ano passado, afetam apenas as administrações passadas.
As mesmas empresas sempre venciam as licitações e os lucros eram repartidos com quem estivesse dentro do esquema.
Políticos, parentes de prefeitos ou vereadores, secretários municipais e empresários eram beneficiários das irregularidades, que podem ter movimentado recursos da ordem de 100 milhões de reais.
Em Angelim a expectativa é muito grande por parte da população, pois serve de admiração e até comentários, questionando um governo municipal que se dizia ser honesto.

Dez prefeituras do Agreste pernambucano são investigadas por fazer parte de um esquema de fraudes de licitação que teria movimentado R$ 100 milhões. A Polícia Federal (PF) em Pernambuco deflagrou hoje (15) de manhã a Operação Cosa Nostra para desarticular a organização que, segundo a corporação, favorecia um cartel de empresas.

Desde 6h da manhã, 70 policiais e 10 integrantes do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) cumprem 17 mandados de busca e apreensão para reunir provas úteis às investigações. Além do órgão federal, participa da operação o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE/PE).


Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Agrestina, Caruaru, Garanhuns e São João. Os três últimos municípios não fazem parte do susposto esquema; são os locais de moradia de integrantes dos cartéis e de sedes de empresas. Foram indiciadas também oito pessoas suspeitas de participar do esquema entre políticos, representantes de empresas e servidores públicos.


De acordo com a Polícia Federal, as investigações começaram em 2016, motivadas por denúncia feita por um vereador de um dos municípios envolvidos no suposto esquema. Ao longo do inquérito, a PF diz ter encontrado indícios de favorecimento na contratação de empresas integrantes de um cartel formado por sócios laranjas.


A PF apurou que os estabelecimentos venciam licitações para a execução de obras públicas com dinheiro do governo federal especialmente nas áreas de saúde, educação e infraestrutura. Agentes públicos municipais fraudavam os processos licitatórios para direcionar os resultados.


As empresas seriam ligadas a políticos, parentes de políticos e empresários, e movimentaram cerca de R$ 100 milhões em empenhos suspeitos de 10 prefeituras: Agrestina, Panelas, Jurema, Água Preta, Lagoa dos Gatos, Bom Conselho, Jupi, Iati, Riacho das Almas e Angelim.


A depender do papel desempenhado na organização, os suspeitos serão responsabilizados por frustração de caráter competitivo de licitação, fraude, corrupção ativa e passiva e crime de responsabilidade. As penas, se somadas, ultrapassam 30 anos de prisão.

Edição: Denise Griesinger

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