Elas são poucas, mas resistentes. A repentista e fiel defensora da cantoria de Alagoa Grande, Maria Soledade, 72 anos, uma das vozes femininas que fazem do improviso um verso é uma das atrações da "Domingueira Cultural das Mulheres Repentistas do Nordeste", que acontecerá neste domingo (8), às 14h, na Casa Paroquial, em Alagoa Grande. O evento é uma realização do Coletivo de Mulheres em Movimento, com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana (Semdh).
O dia das violeiras femininas terá a presença de Minervina Ferreira, de Cuité, da cearense Luiza dos Anjos, da repentista Santinha Maurício (Abreu e Lima- PE), Neuma da Silva, da cidade de Conceição do Piancó, e Maria Sônia, de Currais Novos (RN).
Segundo Maria Soledade, uma das organizadoras do evento, a ideia da cantoria é não perder as raízes, inicialmente, com uma tarde de lazer reunindo mulheres de vários Estados do Nordeste. “Estamos iniciando também a organização do VI Encontro Nordestino de Violeiras, mas ainda é uma semente, pois estamos buscando apoios”, disse Soledade.
Segundo ela, o universo do repente é restrito ao mundo masculino. “As mulheres só são chamadas para fazer participações especiais, nunca para competir. Quando comecei não tive apoio da minha família, diziam que era profissão de homem”, disse. E apesar disso, a repentista criou três filhos.
Nos anos 80, aconteceram diversos encontros apenas com mulheres. “Não deixávamos os homens competir, apenas como convidados. Por isso, diziam que eram encontros feministas”, declarou a artista, que diz que está começando a viver agora.
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