O ano era 1982 e havia muita expectativa com o cenário eleitoral do País, afinal, era a primeira vez, depois dos acontecimentos de 1964, que se teria eleição direta para escolher os governadores estaduais. Em Pernambuco, o nome do saudoso professor Marcos Freire era tido como a bola da vez. Naquela época, a campanha ganhou tamanha proporção a ponto que a maioria dos especialistas acreditavam na vitória do candidato da oposição. Entretanto, ao abrir as urnas, o resultado foi adverso.
Quatro anos depois, mais uma vez as urnas pernambucanas resolveram pegar uma peripécia. A disputa para o Senado era de duas vagas e uma delas se apresentava como imbatível, a mesma seria ocupada pelo professor Roberto Magalhães, que havia renunciado o mandato de governador para disputar a Câmara Alta. O inesperado aconteceu e contrariando as pesquisas que o apontavam como o senador proporcionalmente mais votado do Brasil, não ocorreu e sequer foi eleito, causando surpresa a todos.
Outro fato marcante foi o fato na eleição para chefe do Poder Executivo da cidade do Recife em 2000. O prefeito a época era Roberto Magalhães e as pesquisas indicavam que ele era o melhor prefeito das capitais. Portanto, para muitos, sua reeleição era vista como algo inquestionável. A disputa foi para o segundo turno e o prefeito não foi reeleito.
Nas eleições nacionais de 2018, um fato especial chamou a atenção. A disputa para vaga do Senado pelo Estado de Minas Gerais. Até então, todas as pesquisas apontavam Dilma Rousseff como a mais votada, porém a soberania das urnas mineiras resolveu contrariar a todos. A vitória esperada não aconteceu e, além do mais, a ex-presidente amargou a quarta colocação. Em clara demonstração que nada do mundo da política é estático e que forte realmente é o povo.
Em ano eleitoral, as pesquisas são apresentadas procurando medir a intenção do eleitor. Entretanto, em nenhum momento suas amostragens garantem de maneira incontestável que algum candidato é imbatível, por melhor avaliado que esteja. As pesquisas tentam demonstrar o cenário do momento, não significando dizer que o mesmo não sofrerá alteração.
Por - Hely Ferreira é cientista político.
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