Velório ocorre na Assembleia Legislativa e enterro será nesta segunda.
Principal cantora da música caipira, Inezita morreu neste domingo aos 90.
O corpo da cantora e apresentadora Inezita Barroso é velado na
Assembleia Legislativa de São Paulo, na região do Ibirapuera, na Zona
Sul, nesta segunda-feira (9). Considerada uma das principais cantoras da
música sertaneja brasileira, Inezita morreu na noite deste domingo (8),
aos 90 anos, no Hospital Sírio-Libanês.
"Ela foi muito guerreira e desbravadora. Numa época que mulher nem
dirigia, ela tinha o carro dela e já ia pra Brasília, pra Bahia
dirigindo. Sempre foi a diferente. Morrer no dia da mulher não foi por
acaso. Até pra morrer ela escolheu uma data marcante", disse a filha
Marta Barroso.
O velório foi aberto ao público após ficar reservado apenas para a
família durante 30 minutos. O sepultamento está previsto para acontecer
às 17h, no Cemitério Gethsêmani, no Bairro do Morumbi, Zona Sul da
capital paulista.
Inezita estava internada desde 19 fevereiro e completou 90 anos no
último dia 4 de março. Ela deixa uma filha, Marta Barroso, três netas e
cinco bisnetos.
A cantora é considerada uma das principais cantoras da música sertaneja
brasileira. É reconhecida como a mais antiga e mais importante
expressão artística da música caipira no país. Ela nasceu em São Paulo e
fez carreira no rádio e na televisão, além de passagens pelo cinema e
teatro, onde atuou e produziu espetáculos musicais. Em novembro de 2014,
ela foi eleita para ocupar uma das cadeiras na Academia Paulista de
Letras.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, divulgou uma nota de pesar e
afirmou que esteve com ela no palco do programa "Viola, Minha Viola".
Em dezembro, a cantora foi hospitalizada após cair dentro da casa em
que estava hospedada em Campos do Jordão, no interior de São Paulo. Na
ocasião, de acordo com o hospital, ela teria caído da cama e apresentava
dores nas costas.
"Durante 35 anos, as manhãs de domingo no interior de São Paulo e do
Brasil tiveram a sonoridade de Inezita Barroso no comando do "Viola,
Minha Viola", o mais antigo programa musical da televisão brasileira.
Neste domingo à noite, com muita tristeza, nos despedimos dela.
Paulistana da Barra Funda, Inezita foi compositora, cantora, atriz,
violeira, pesquisadora, professora e doutora honoris causa de folclore e
da música caipira. Há dois anos, tive a honra de estar com ela, no
palco do "Viola", para a emocionante festa musical em que o país inteiro
comemorou seu aniversário de 88 anos e sua grande obra. Naquele dia,
ela explicou o segredo de sua vida longa e feliz: amava a música
caipira, gostava do que fazia e de fazer bem feito. Ao recuperar o nosso
folclore, Inezita Barroso preservou um ativo inestimável, um tesouro
que faz de nós, brasileiros, uma nação: nossas raízes. A partir de
agora, São Paulo e o Brasil retribuirão esse legado de amor com imensa
saudade", diz a nota.
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