quarta-feira, 23 de julho de 2025

PRIMEIRA HOMENAGEM AO Dr. JOÃO CAPIBERIBE PARTE DOS SEUS AMIGOS DO SÍTIO JEPIPAPO EM ANGELIM

A história que Samuel Salgado, ex-prefeito de Angelim, conhece do amigo João Capiberibe, dividimos em duas partes. Os dois textos originários do professor e escritor Samuel. 
Leia, a leitura pode estimular a empatia e ajudar na formação de um senso crítico mais apurado.

 
 
                                                   I
 
João Capiberibe nasceu em Afuá, na Ilha de Marajó, no ano de 1947. Seu pai, trabalhava em Belém como condutor de bonde. Depois de casado, seu pai foi com a família morar na floresta. Alberto cresceu às margens do rio Xarapucu, uma região isolada, sem eletricidade nem escola. Depois a família muda-se para um bairro pobre de Macapá. Enquanto cursava o primário, João Capiberibe trabalhava como vendedor de jornal para ajudar seus pais.

Aos 10 anos entrou para um seminário de padres italianos, onde recebeu formação religiosa e humanista. Estudou em Macapá até os 17 anos.

Em 1966 João partiu para Belo Horizonte, onde começou a estudar Economia. Voltando para Belém, na Faculdade de Economia teve contato com a Ação Libertadora Nacional, e foi ao Rio de Janeiro encontrar-se com Carlos Marighella.

João e a esposa Janete, partiram para uma região de extrema pobreza na divisa do Pará com o Marani8hão, a fim de organizar um grupo de guerrilha e foram presos.

Torturado, Capiberibe precisou fazer uma greve de fome para que lhe permitissem ver a filha recém-nascida.

Muito doente, foi transferido para a Santa Casa, de onde conseguiu fugir, pela porta da frente do hospital, vestido com um avental de médico.

Viajou clandestinamente por Manaus, Porto Velho e Guajará-Mirim no Brasil e Cochabamba na Bolívia rumo a um longo exílio que durou dez anos.

Os tempos iniciais do exílio foram passados entre Bolívia, Peru e Chile. Conviveu com povos ribeirinhos, operários, camponeses, índios, caminhoneiros, artesãos; com diversas situações de pobreza, de miséria, de injustiças, de devastação do meio ambiente, conhecendo por dentro problemas da Amazônia e da América Latina. Mas, também, deparou-se com a grande força da floresta, e percebeu as possibilidades de um desenvolvimento não destrutivo. Com a queda do presidente do Chile, Salvador Allende, os Capiberibe foram para o Canadá, onde João formou-se em Zootecnia.

Com a anistia política no Brasil, veio residir com a família em Pernambuco, onde se ligou a Miguel Arraes que o encaminhou para Angelim para organizar uma associação dos trabalhadores rurais, no sítio Jenipapo, onde se hospedava com sua família  na casa de seu Rui Cavalcanti, trabalhando inclusive na atividade de muito esforço físico, isto em idas e vindas, cuja rotina chegou a permanecer durante dois anos. Foi muito proveitoso e trouxe prosperidade social.

Voltando para o Amapá, em 1988, foi eleito prefeito de Macapá, e em 1994, governador do estado, por dois mandatos. O êxito de sua administração o consagrou Senador da República, em 2002.
 
João Alberto Rodrigues Capiberibe ou Capi (Afuá, 6 de maio de 1947) é um políticobrasileiro. Após deixar o sítio Jenipapo, voltou para sua terra. Foi prefeito de Macapá, entre 1989 e 1992, governador do Amapá entre 1995 e 2002 e senador, no mandato de 2011 a 2019 pelo PSB
 
                                                    II
 
Neste 24 de julho de 2025, a Universidade Federal do Amapá (Unifap), homenageia o ex-senador da República, Dr. João Alberto Rodrigues Capiberibe com a mais alta distinção acadêmica concedida por instituições de ensino superior: o título de Doutor Honoris Causa.

Esta honraria é o reconhecimento à grandeza de um ser humano que tem compartilhado saberes, contribuindo para compreensão do verdadeiro sentido do exercício da cidadania e do aprender coletivamente.

O título de Doutor Honoris Causa simboliza o ingresso do homenageado ao quadro de referências da instituição e reafirma o compromisso da Universidade Federal do Amapá como espaço de valorização do saber, da justiça social e da memória coletiva de um povo que luta para construir um Brasil mais justo e democrático.

Nós, angelinenses e companheiros de lutas, Rui Cavalcanti, sua esposa (Madalena), filhos (Marcos, Márcio, Marcílio e Maurílio), Manoel Cavalcanti e Samuel Salgado, sempre tivemos em comum o sentimento político tecido pelo fio da coragem e ousadia, capazes de transformarem a vida do povo, comungamos com orgulho a notícia da concessão deste honroso título.

Vale lembrar os parceiros que muito contribuíram com a organização dos agricultores em associação em nosso município: João Ferreira (in memoriam), José Sátiro (in memoriam), José Possidônio (in memoriam) e José Tito (in memoriam).
Dr. Alberto Capiberibe, sob sua orientação, nosso município começou a se transformar. Desde então, Angelim não foi mais a mesma.

E assim, pela primeira vez na história política do municipio, as forças populares assumiram os comandos dos poderes executivo e legislativo, além da presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de nossa cidade.

Através dos desafios que enfrentamos em busca dos sonhos de muita gente, elegemos Samuel Salgado Cavalcanti, três vezes (1983/1988 - 1993/1996 - 2005/2008), Josemir Miranda, uma vez (1989/1992), Douglas Cavalcanti Duarte, duas vezes (2017/2020 - 2021/2024 e Caíque (2025/2028), prefeitos de Angelim.

Nestes mandatos, sempre fizemos a maioria dos vereadores.

Além disso, destacamos que os trabalhadores Rurais elegeram João Ferreira dos Santos presidente do Sindicato dos trabalhadores Rurais de Angelim e posteriormente, juntamente com José Sátiro e Maurílio Cavalcanti, eleitos vereadores.

 




 







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